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Técnico formado pelo Senar desenvolve hortas em presídios da Paraíba

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A agricultura periurbana está presente em quatro unidades prisionais da Paraíba graças ao trabalho e visão de um egresso do curso Técnico em Agronegócio do Senar. Edson Firmino conseguiu aliar a paixão pelo agro à sua rotina de trabalho como agente penitenciário e o resultado foi um trabalho social que transforma a vida de detentos em todo o Estado.

O agente penitenciário teve seu primeiro contato com o agro na propriedade rural dos avós, em Casinhas, no interior de Pernambuco. Com o intuito de ajuda-los na gestão da produção de hortaliças, Edson decidiu fazer o Curso Técnico em Agronegócio do SENAR. Durante as aulas, ele percebeu que poderia ligar seu trabalho, a época na Unidade Prisional Padrão de Santa Rita, à agricultura.

“Dentro do curso, eu entendi que a cultura de hortaliça é de consumo diário, ou seja, alguém sempre vai estar comprando e alguém sempre vai estar consumindo. E quando olhava para as áreas ao redor do presídio, via que tinha oportunidade muito grande para uma produção ali, só precisava descobrir se esse projeto era viável ou não”, explica Edson.

O trabalho desenvolvido pelos detentos também contribui para a remissão da pena. A cada 3 dias de serviço há redução de 1 dia na condenação.

A questão se tornou no trabalho final de conclusão do curso. Edson descobriu que se plantasse 13 itens que o presídio comprava, economizaria dois terços do que o Estado paga por esses mesmo produtos. Ele mostrou a pesquisa para o diretor do Presídio Padrão de Santa Rita da época, Cícero Júnior, que pediu pra Edson implantar o projeto lá.

Juntos, eles investiram uma quantia inicial de 600 reais para implantação e pediram ajuda ao SENAR para criar parcerias que doaram compostos orgânicos, cursos para compostagem e kits de irrigação de microaspersores.

“Trabalhos como o de Edson transformam realidades e incentivam a produção do agronegócio com responsabilidade social e ambiental. É nosso papel como instituição de ensino incentivar a atividade. Nós acreditamos em projetos inovadores e que tem esse perfil social de transformação”, afirma a coordenadora da Rede e-Tec Brasil na Paraíba, Poliana Queiroz.

Poliana Queiroz, coordenadora regional da Rede e-Tec Brasil na ParaíbaPara sua realização, o projeto passou por três fases. A etapa de consumo, que consiste em análise de solo, preparo dos 4 mil m², depois montagem da área de semeadura com plantio das bandejas.

A segunda etapa é a comercial. Edson fez contato com vendedores de mercados de João Pessoa que garantiram a compra do que for produzido do interesse deles. Isso resultou na produção de folhosas – rúcula, alface roxa, americana, coentro e cebolinha –, mais viáveis para se produzir sem que haja um preparo muito grande da terra.

A renda gerada pela comercialização, deverá cobrir os custos da produção e ainda gerar uma renda de aproximadamente R$ 750,00 que será destinada às famílias detentos.

A última etapa é a ampliação. O projeto começou com 12 apenados em Santa Rita, na região metropolitana da capital, e agora já está instalado em outros três presídios no Estado: Presídio Feminino, Sílvio Porto e Penitenciaria Agrícola. Por isso, Edson foi transferido e agora coordena o projeto em João Pessoa.

“Eu acho essa iniciativa muito boa porque me dá trabalho, cuido da minha família e porque eu gosto de plantar. Meu trabalho antes era na construção civil, como pedreiro, mas sempre apreciei o campo. É muito gratificante ver algo que eu cultivei. Quando eu sair daqui eu quero trabalhar na agricultura, porque é na horta que eu gosto de estar. Me sinto bem aqui”, comenta o detento da penitenciária agrícola.

Nos dias de visita, quartas e domingos, eles não trabalham na horta. Todos os outros dias a lida inicia pela manhã e dependendo da necessidade, trabalham 8 horas, mas a carga horária pode variar de acordo com a rotina das unidades.

O agente espera que essa atividade se torne um projeto-lei que seja implantado em todas as classes prisionais e escolas públicas com sua adaptação orçamentária. “Eu acredito na ocupação, e acredito na mão-de-obra prisional. É uma oportunidade para eles conhecerem algo diferente do que as 23 horas que ficam trancados numa cela. Esse projeto é meu voto de confiança neles”, defende.

 

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