O relator da Operação Lava Jato em segunda instância, desembargador João Pedro Gebran Neto, sustentou a manutenção do ex-presidente Lula, em Curitiba, onde ele está desde o dia 7 de abril deste ano. No começo da tarde, o plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4), ordenou a soltura de Lula. Sérgio Moro questionou a decisão e disse que o desembargador não teria competência para tal ato.
“Assim, para evitar maior tumulto para a tramitação deste habeas corpus, até porque a decisão proferida em caráter de plantão poderia ser revista por mim, juiz natural para este processo, em qualquer momento, DETERMINO que a autoridade coatora e a Polícia Federal do Paraná se abstenham de praticar qualquer ato que modifique a decisão colegiada da 8ª Turma”, diz trecho do documento assinado por Gebran Neto.
As informações são de que desembargador que concedeu liberdade a Lula foi filiado do PT por 20 anos. Ele disse que saiu do partido em 2010, antes de tornar-se juiz.
Lula foi condenado a 12 anos de prisão no processo que analisava o triplex como possível propina da construtora OAS, para que a empresa fosse beneficiada em contratos com a Petrobras. O ex-presidente responde por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
A defesa de Lula tentou evitar a prisão com Habeas corpus junto ao STF, mas houve rejeição por 6 votos contra e 5 a favor.
Sobre a interferência de Sérgio Moro, segundo a Agência Brasil, em nota, a assessoria de imprensa da Justiça Federal no Paraná disse que o juiz informou que está de férias de 2 a 31 de julho. Mas, ao ter sido citado como autoridade coatora no Habeas corpus, entendeu ser possível despachar no processo.
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