A defesa de Francisco Lopes, padrasto que confessou ter assassinado a menina Júlia dos Anjos, de 12 anos, em João Pessoa, alegou que ele estava em surto psicótico quando cometeu o crime. A estudante sumiu no dia 7 de abril deste ano e o corpo dela foi encontrado cinco dias depois, no dia 12, em uma cacimba perto da casa onde morava com a mãe e o padrasto preso, no bairro de Gramame, na Capital.
A família fez divulgações e buscas por Júlia, em João Pessoa. Até o pai e outros parentes vieram do Paraná para João Pessoa ajudar nas buscas pela criança. O padrasto Francisco Lopes confessou, então no dia 12 de abril, que havia assassinado a menina e alegou que tinha medo do ciúme dela contra a gravidez da mãe. Argumentou que temia pelo que a criança pudesse fazer contra a própria mãe e a gestação do primeiro filho do casal. Tempos depois, Francisco confessou que também estuprou Júlia. Está em prisão preventiva desde então.
A defesa do padrasto, agora, se pronunciou. Segundo a defesa, “após primeiras análises do contexto e do comportamento do suspeito Francisco Lopes, o padrasto de Júlia, fica cada vez mais evidente a hipótese de que no momento do crime Francisco estava em um estado de surto psicótico.”
Segundo a defesa do acusado, Francisco apresenta prejuízos cognitivos e socioafetivos que prejudicam profundamente sua capacidade de juízo crítico, por isso, diante da dúvida fundada sobre as condições mentais do acusado, os advogados Daniel Alisson, Mirella Cristina e Gilberto Júnior revelaram que irá ser suscitado o incidente de insanidade mental para o acusado.
Ainda segundo a defesa, “o surto psicótico afeta o homem em sua totalidade, tornando possível que o indivíduo desenvolva comportamentos contrários aos convencionais na sociedade, podendo inclusive cometer delitos, como aconteceu com Francisco”, arrematou o advogado Daniel Alisson.
“Evidenciada a inimputabilidade, o agente será absolvido, não se aplicando pena, entretanto, será aplicada a medida de segurança adequada”, completa o advogado.