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A minuta e o golpe dos birutas

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Não resta a menor dúvida de que o Brasil foi palco de uma tentativa de golpe de Estado. A investigação está apenas no começo, mas o farto arsenal de provas já é capaz de antecipar o óbvio que será revelado.

A invasão às sedes dos três poderes da República – Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal – não foi apenas um ato de vandalismo. Foi uma tentativa de golpe, de ruptura da ordem democrática, planejado e executado por bolsonaristas. Por um grupo minoritário que perdeu a eleição e não tem nenhum apreço à democracia.

O alvo principal era o presidente Lula. O objetivo era criar o caos no país e derrubar o governo recém-eleito com a ajuda das Forças Armadas, especialmente do Exército, e da Polícia Militar do Distrito Federal.

A única dúvida que precisa ainda ser esclarecida, e será mais cedo ou mais tarde, é saber se houve ou não a participação direta do ex-presidente Jair Bolsonaro no plano da barbárie. Porque a participação indireta é outra obviedade incontestável – antes, durante e depois dos ataques a Brasília em 8 de janeiro.

Bolsonaro incitou os golpistas durante os quatro anos em que esteve prostrado na cadeira de presidente da República. Ele atacou todos os poderes, especialmente o STF. Criou teorias falsas sobre o sistema eleitoral, denunciou fraudes fantasiosas, chegou a reunir embaixadores de vários países com o claro objetivo de conseguir apoio internacional para seu plano golpista, guardado na gaveta, a carta na manga caso perdesse a eleição.

Para nossa sorte, o golpe fracassou. E não tinha mesmo como prosperar. Sem apoio internacional, sem apoio do poder político, econômico e militar, seria impossível concretizar um golpe de Estado. E foi isso que aconteceu. O tiro saiu pela culatra. Apenas uma minoria radical levou a maluquice criminosa às vias de fato.

Não resta dúvida também de que o bolsonarismo radical é desprovido de inteligência e competência. Vontade, desejo e tara por um golpe sempre existiram, mas jamais houve competência para tal. Os ataques a Brasília foram consequências de um delírio coletivo não respaldado na realidade, mas profundamente enraizado na incivilidade que Bolsonaro protagonizou no país.

A minuta do golpe encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro Anderson Torres, agora preso por suspeita de omissão como secretário de Segurança Pública do DF, é o mais forte indício do desejo, do devaneio, da tara por um golpe. O plano tresloucado foi rascunhado, mas não saiu do papel. E não teria como sair. Os golpistas são birutas, alienados, incompetentes, isolados e, agora, também criminosos.

Resta saber se os dois polos se encontraram ou não para planejar os ataques criminosos a Brasília. De um lado, Bolsonaro, chefe do Estado Maior dos Birutas; e do outro, o Exército de Birutas, os alienados que colocaram a mão na massa e nos fizeram o favor de publicizar nas redes sociais seus crimes, ao vivo e em cores verde-amarelas. Como já disse, a participação indireta de Bolsonaro não se discute mais, mas falta comprovar as digitais dele na orquestração dos ataques aos três poderes.

Aguardemos então as cenas do próximo capítulo. A história do Brasil está sendo escrita, um dos mais deploráveis episódios dos 522 anos do Brasil ainda vai gerar muitos desdobramentos.

As punições aos golpistas precisam ser exemplares, duras, implacáveis. Não podemos permitir que algo parecido ou igual volte a se repetir. Não se engane: há muita gente em silêncio, complacente com os golpistas. Há muita gente que diz repudiar os ataques, mas tenta minimizar a barbárie, relativizar os atos. E há também muitos que, no fundo, no fundo, estão tristes porque o golpe deu errado.

Foi correto o pedido da Procuradoria-Geral da República para investigar Bolsonaro, como também foi correto o acolhimento pelo STF. Nada pode ser descartado. Nada pode ser atenuado. Idealizadores, financiadores e incitadores não podem ser poupados. Golpistas agem contra a liberdade de todos. Não respeitam nossos direitos, agem fora da lei.

Golpistas não são coitadinhos. Não são democratas. São criminosos fantasiados de cidadãos de bem. A eles só restam duas alternativas: a cadeia ou o manicômio judiciário.

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