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O mito da incapacidade paterna

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O que é ser pai? Essa pergunta permeia o imaginário de homens e mulheres de diferentes gerações. Mas, a verdade é que a resposta continua no limbo, e assim permanecerá, com direito a questionamentos e definições das mais variadas. São conceitos que atravessam o pai simbólico, imaginário, o real, aquele que ousa fugir do mito da incapacidade ou, simplesmente, mantém-se em suposta zona de conforto.

​Sim, igualzinho existe o mito do amor materno, segundo o qual toda mulher nasceu para ser mãe e, consequentemente, assumirá a obrigação de dar conta das dores e delícias propiciadas pela maternidade, faz-se recorrente o mito da incapacidade paterna. Aquele pai que jamais encontra-se habilitado a ficar sozinho com o filho pequeno, julga-se incapaz de cuidar e nunca está disponível.
O ato de cuidar aparece como atribuição exclusivamente feminina, culminando, quase sempre, com ausência de disponibilidade afetiva da figura paterna. Desenha-se quadro preocupante, onde o abandono gera sucessão de problemas emocionais entre pessoas de todos os segmentos sociais e idades.

Abandonar também constitui uma forma de violência doméstica. Sentir-se afetivamente largado produz feridas e estragos na alma difíceis de serem remediados.

O médico e fundador da psicanálise, Sigmund Freud, abordou, em vários momentos de sua atividade clínica, o processo de paternagem e suas dificuldades. Na época, ele observou que grande parte dos homens vivia a paternidade como uma fatalidade, e não opção. Persistia uma incapacidade de apoderar-se e gerir um lugar desconhecido ou gerador de angústias.
A observação aplica-se com perfeição ao momento atual, onde constata-se declínio social da função paterna, apesar de alguns homens buscarem diferenciais e enveredarem por outros caminhos e planícies sensoriais.

São heterossexuais, homossexuais, transexuais, que ousam deslocar-se do lugar comum e ser pai. Esforçam-se, dia a dia, para quebrar esse ciclo de negligências e também resistências.

Quem nunca ouviu frases dos tipos: “você dá conta?, “cadê sua mãe?”, “vai ficar sozinho com ele(a)?”. Portanto, não trata-se de culpabilizar, e sim trazer reflexão acerca de papeis desempenhados na contemporaneidade, em busca de caminhos mais saudáveis para pais e filhos, em meio ao turbilhão de conflitos psíquicos experimentados na atualidade, quando assistimos, incrédulos, ao adoecimento mental, em larga escala, ainda na infância e adolescência.

Neste domingo dos pais (8 de agosto), parabéns a todos que vivenciam o cuidar como algo transformador em suas vidas. Pais que desfrutam do convívio de seus rebentos, responsável e afetivamente, sem temer o curso da história. Sabem ocupar seu lugar e exercer verdadeiramente a paternidade, com todos os desafios, erros e acertos comuns à existência humana.

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