A prefeita Márcia Lucena negou que tivesse ordenado a prisão do padre Luciano, da Igreja Católica em Conde, no Litoral Sul da Paraíba. Ela foi acusada pelo sacerdote de ter enviado a Guarda Civil Municipal para levar o religioso à delegacia por causa da pintura do cruzeiro localizado em frente à igreja.
Márcia Lucena disse que o comandante da Guarda Civil Municipal, a Arquidiocese da Paraíba e a Polícia Civil vão apurar o que aconteceu. “Eu não mandei prender ninguém. Eu nem sabia”, disse a gestora.
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A prefeita argumentou que o cruzeiro estava velho, desgastado e foi colocado um novo. Foi pintado de azul porque remete ao barroco, mesmo estilo do prédio da Igreja Católica. Márcia disse que, em julho, o padre pediu para que a cruz fosse pintada de marrom, para combinar com as cores das portas da igreja. Segundo ela, isso seria feito seguindo o cronograma da obra no cruzeiro e que o correto era retirar a pintura laqueada azul para trocá-la pela cor marrom, pois a pintura feita ‘por cima’ vai descascar e o cruzeiro ficará “feio”.
“Em primeiro lugar eu quero deixar muito claro que eu não mandei prender ninguém. Não mandei, nem mandaria. Tudo isso será esclarecido pela Polícia Civil já que foram até a delegacia, pela própria Guarda Municipal, porque vamos cobrar esclarecimentos do comandante, e pela Arquidiocese, porque eu já foi informada de que a Arquidiocese está mandando o pessoal que faz isso lá para cá para checar tudo”, disse Márcia.
Márcia disse que o padre Luciano tentou tirar o cruzeiro do local, no começo de sua gestão, e que foi necessária uma mobilização para mantê-lo onde está situado, sendo ele o marco zero do município. “Gostaria só de lembrar a vocês que, no início da minha gestão, a direção da Igreja queria tirar o cruzeiro dali de onde está. Alguém que está passando pelo município, assim como eu, num espaço de liderança, querendo tirar o cruzeiro do lugar em que está. Recebi várias mensagens de munícipes, inclusive da comunidade católica, pedindo para não deixar isso acontecer. Nós fizemos um movimento junto à Igreja, junto ao arcebispo e conseguimos manter o cruzeiro naquele lugar porque é o marco zero da cidade.”