O deputado estadual Zenóbio Toscano (PSDB) fez um diagnóstico preocupante da situação financeira do Governo do Estado durante uma entrevista concedida ao programa Bastidores, apresentado pelo Padre Albeni Galdino na TV Master. Segundo o parlamentar, que compõe a equipe de transição do governador eleito Ricardo Coutinho (PSB), um dos quadros mais complicados encontrados até agora nos levantamentos feitos pelos auxiliares do socialista é o da Cagepa:
– Se a Cagepa fosse uma empresa privada, já estaria quebrada há muito tempo. A Cagepa tem recebido muitos investimentos a fundo perdido do governo federal através do PAC e o Governo tem tomado empréstimos para realizar obras de saneamento e isso tem feito com que a Cagepa pudesse aumentar a receita, mas isso não tem ocorrido. Tem municípios que o abastecimento de água foi implantado há mais de dois anos e a Cagepa não fez cobrança e não recebeu um centavo. A empresa não teve capacidade de fazer um cadastro, começar a emitir recibo e receber as faturas mensalmente.
Segundo Zenóbio, as dificuldades da Cagepa são decorrentes da "desorganização":
– A Cagepa recebeu autorização para aumentar as tarifas, algo que acontece todo ano, mas no ano passado, o aumento autorizado de 6,9% não foi implantado. Esse ano, também. São dois anos sem reajustar, sem atualizar as tarifas. A Cagepa está devendo muito aos bancos. Esse ano ela terá R$ 30 milhões em empréstimos. Ela paga mensalmente aos bancos mais de R$ 5 milhões. A folha de pagamento é de R$ 15 milhões, ela paga R$ 5 milhões à Energisa e tem a receber de seus consumidores cerca de R$ 205 milhões.
Entre outras dívidas, Zenóbio ainda citou um débito de R$ 15 milhões com a Energisa e outros R$ 5 milhões do Governo do Estado com a Oi.
– O Governo não está a maravilha que propagava. Eu acredito que ele pague o décimo-terceiro e em função disso está atrasando todos os outros pagamentos.