Brasília – Cinco deputados federais da bancada do PTB pediram o afastamento do presidente do partido, Roberto Jefferson, e de toda a direção nacional por uso “indevido” do fundo partidário e “ofensas” ao Supremo Tribunal Federal (STF). No texto, eles afirmam que Jefferson transformou a agremiação em seu “feudo pessoal” e que utilizou dos canais de comunicação da sigla como “instrumento de agressão, de propagação de discurso de ódio e de ruptura ao Estado Democrático de Direito”.
A ação é assinada pelos deputados federais Wilson Santiago (PTB-PB), Nivaldo Albuquerque (PTB-AL), Pedro Geromel (PTB-CE), Emanuel Pinheiro (PTB-MT) e José Costa (PTB-PA), além do estadual Antônio Albuquerque (PTB-AL); e foi protocolada na noite desta quinta-feira no Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
Em nota, a atual direção do partido classificou a ação como uma “tentativa de golpe” encampada por um “grupo conspirador” comandado por Antônio Albuquerque, que é dirigente da sigla em Alagoas. “Não há qualquer cabimento esta nova ação que o grupo conspirador pretende levar à frente. Temos certeza que o Judiciário não dará voz a quem pretende derrubar no tapetão a Executiva Nacional eleita democraticamente”, diz o texto.
Antes do racha interno, o PTB chegou a ser uma das siglas mais cotadas para filiar o presidente Jair Bolsonaro, que continua em busca de uma legenda para disputar a reeleição em 2022.
Roberto Jefferson está preso desde agosto por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito dos atos antidemocráticos. Jefferson chegou a entrar com pedido de habeas corpus, mas ele foi rejeitado pelo plenário da corte. Quem preside hoje o PTB de forma interina é Graciela Nienov, que, segundo a ação, “segue a mesma linha” de Jefferson, “com conteúdo ameaçador ao STF”.
O Globo Online