A recomendação feita pelo Ministério Público Estadual para exonerar todos os servidores admitidos sem concurso na estrutura do Governo do Estado da Paraíba rendeu uma discussão acalorada na sessão de hoje da Câmara Municipal de João Pessoa. Da tribuna, o vereador Tavinho Santos (PTB) defendeu o governador José Maranhão (PMDB), acusado de ter promovido um festival de contratações com o intuito de angariar votos para sua reeleição. Segundo Tavinho, o comprometimento da folha de pessoal do Estado não foi causado por Maranhão, mas pelo antecessor:
– Quem onerou a folha foi o ex-governador Cássio Cunha Lima quanto editou os Planos de Cargos, Carreiras e Salários. As contas de José Maranhão foram aprovadas não faz nem um mês. Se ele estivesse descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, ele não teria tido as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Só quem não criticou o antecessor foi Tomé de Sousa, que foi o primeiro governador.
Em aparte, a vereadora Sandra Marrocos (PSB) discordou de Tavinho e elogiou a criação dos PCCRs:
– Isso é o fruto de lutas e a conquista de direitos. É diferente de fazer contratações no período eleitoral em troca de votos. O atual Governo usou a máquina para conquistar apoios. E ao mesmo tempo que contratava milhares, demitiu quem trabalhava, como minha irmã, que tinha 25 anos de trabalho no Estado e foi dispensada. Será que isso não é perseguição?
Depois de Sandra, o vereador Hervázio Bezerra (PSDB), líder de oposição, chegou à tribuna e, com ar de riso, disse que prestava solidariedade à colega socialista por causa da exoneração da irmã dela:
– Eu só me solidarizo agora porque só agora tomei conhecimento – disse.
O líder da bancada governista, Bruno Farias, gritou que Hervázio, se soubesse antes, poderia ter pedido ao governador José Maranhão (PMDB) para readmitir a irmã de Sandra. Os colegas não contiveram as risadas.
– Não sei se conseguiria, vereador Bruno, mas ao menos eu tentaria – garantiu Hervázio, também rindo.