O presidente estadual do PSB da Paraíba, Ricardo Coutinho, descartou hoje que haja chance, a partir de um suposto aval do presidente nacional do partido, Eduardo Campos, de liberar a saída dos deputados estaduais insatisfeitos com a tese de candidatura própria ao Governo do Estado em 2010. De maneira irônica, Ricardo afirmou sobre o assunto: "Papai noel só em dezembro". Ele acrescentou que sempre conversa com Campos e recebeu dele o apoio ao seu comando partidário: "Creio que são instâncias diferenciadas. Há uma conjuntura local que deve ser observada. As pessoas que foram eleitas pelo PSB, não vejo como o partido não buscar garantir o mandato para si. Basta ver qual foi a contribuição e em que conjuntura essas pessoas foram eleitas. Vou consultar os companheiros sobre isso, porque não mando no PSB, mas sei que ninguém teve voto sozinho para ser eleito", declarou.
Outro assunto abordado por Ricardo, ao ser provocado pela imprensa foi uma eventual conversa com Cássio Cunha Lima depois do retorno do ex-governador ao Brasil. Ricardo negou que tivesse mantido qualquer contato com o tucano, mas acrescentou que sempre teve uma relação administrativa respeitosa com Cássio: "Eu sempre tive uma relação civilizada com o ex-governador. Em nenhum momento se buscou fazer a má política, a política baixa ou rasteira. Enquanto gestor, em todos os momentos que procurei, fui atendido e acho que sempre que o Estado procurou, também foi atendido. Essas obras do Bessa que hoje estão sendo decantadas e que começaram na gestão de Cássio, os projetos de saneamento, da ordem de R$ 500 mil eram da Prefeitura. Eu naturalmente repassei para o Estado porque seria uma idiotice minha achar que o Estado deveria pagar por um novo projeto quando o dinheiro era público. Para fazer a ampliação da Pedro II, eu telefonei e pedi uma faixa de terreno da Tabajara para ampliar a via. Por telefone mesmo, ele disse que eu poderia passar a máquina, que a Mensagem seguiria para a Assembleia", disse Ricardo.
Ainda não satisfeita com a resposta, a imprensa especulou mais e quis saber se o bom convívio era comum ao Governo Maranhão III: "Eu seria hipócrita se dissesse que tudo isso que está acontecendo no PSB – tentativas de desestabilizar o partido – não tenha a consequência de uma conjuntura que começou de fevereiro para cá. Lamento. Na Paraíba, estamos em um momento de transição. Nem sequer sabemos quem é aliado e quem é oposição. Tenho a consciência tranquila do quanto nós, do PSB, fizemos. Sei que vamos ultrapassar todos os problemas porque já remamos marés mais turbulentas", arrematou.