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Professora que passou oito dias presa injustamente diz que vai processar estado da Paraíba

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Após passar o fim de semana em casa com a família, Samara de Araújo Oliveira, de 23 anos, presa após ser acusada de um crime que ocorreu em 2010, quando ela tinha apenas 10 anos, decidiu que vai processar o Estado da Paraíba pela sucessão de erros na investigação. A professora é citada em um processo de extorsão de 2010. Na época, um funcionário do Mercadinho Vieira, que funcionava como representante da Caixa Econômica Federal, foi obrigado a fazer oito transferências de R$ 1 mil cada após ser ameaçado de morte. O caso aconteceu em São Francisco, cidade do interior da Paraíba. Samara foi presa em Rio Bonito, no interior do Rio.

— Houve o descaso na investigação, no processo e até agora eles não se posicionaram, mesmo com toda a repercussão do caso. Eles estão ignorando tudo que aconteceu comigo, como se eu fosse só mais uma ou não existisse. Se eu deixar para lá, eles vão continuar fazendo as coisas de qualquer jeito — afirma a professora.

Samara planeja voltar a trabalhar na próxima semana. Para ela, essa é uma maneira de tentar restabelecer a rotina e ocupar a cabeça. Ela também conta que está procurando ajuda psicológica para ela e sua família.

— Esses dias que fiquei longe impactaram muito meu filho. Ele continua com um comportamento diferente e agitado. Estamos em processo de readaptação — diz Samara.

Entenda o caso

A professora foi presa por um crime que ocorreu em 2010, quando um funcionário do Mercadinho Vieira, que funcionava como representante da Caixa Econômica Federal, foi obrigado a fazer oito transferências de R$ 1 mil cada após ser ameaçado de morte. O caso aconteceu em São Francisco, cidade do interior da Paraíba.

Na ocasião, um desconhecido o ameaçou de morte, dizendo que duas pessoas numa moto o vigiavam. E que estavam prontas para invadir o estabelecimento e executá-lo, caso não fizesse as oito transferências para sete contas diferentes. A vítima não poderia sequer desligar o telefone.

De acordo com o processo, atemorizada, a vítima cumpriu o que foi determinado. Na verdade, após investigações, foi constatado que se tratava de um golpe, pois não havia ninguém em frente ao mercado. O funcionário contou que o golpista passou os números das contas bancárias para as quais foram feitas as transferências. No entanto, três delas, num total de R$ 3 mil, foram bloqueadas. Com a quebra dos sigilos bancários, a Polícia Civil e o Ministério Público da Paraíba identificaram os donos das contas. Todos eram do Rio de Janeiro.

Duas acusadas, Cirlene de Souza e Josina Padilha, titulares das contas, foram localizadas e deram suas versões por carta precatória (quando o citado no processo responde às perguntas de um juiz de uma outra comarca). Uma delas confirmou ser dela a conta, mas que desconhecia o valor depositado. Já a outra negou ter conta bancária. As duas foram condenadas a cinco anos e quatro meses de prisão, mas, por terem bom comportamento e serem rés primárias, a pena teve início em regime semiaberto.

Faltavam dois acusados, Ricardo Campos dos Santos e Samara, que não tinham sido localizados. A Justiça chegou a suspender o processo, ou seja, paralisar a contagem de tempo de prescrição do crime. Na tentativa de encontrar quem faltava, o juízo determinou que o MP da Paraíba tentasse mais uma vez descobrir os endereços dos acusados. Em 20 de janeiro deste ano, foi decretada a prisão de Samara de Araújo Oliveira. O GLOBO encontrou num cadastro nacional de dados de pessoas físicas nove nomes iguais ao da professora.

Procurados, o Tribunal de Justiça da Paraíba não se manifestou.

Polícia Civil nega participação na prisão

A Polícia Civil da Paraíba disse em nota divulgada ontem (4) que não teve participação na prisão da professora Samara de Araujo Oliveira. Segundo a nota, a PCPB chegou a iniciar as investigações sobre o caso, tendo sua última manifestação sido realizada, em sede de Inquérito Policial judicializado, no dia 18 de outubro de 2014.

Trata-se de um despacho encaminhado à justiça solicitando justamente uma determinação judicial para que a Caixa Econômica Federal disponibilizasse dados necessários àquela investigação, como, por exemplo, os nomes dos(as) titulares das contas bancárias investigadas, com o intuito de esclarecer a autoria delitiva do caso.

A partir daquela data, o Inquérito Policial voltou às esferas do Ministério Público e do Poder Judiciário, sem retorno à Delegacia de Polícia que até então apurara o fato. E assim sendo, a Polícia Civil da Paraíba não chegou a pedir a prisão de nenhum(a) investigado(a) no caso, pois, como dito, não foi mais partícipe dos procedimentos em trâmite após aquele dia 18 de outubro de 2014″, diz a nota.

 

 

ParlamentoPB com O Globo

Imagem: Reprodução TV Globo

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