A advogada Janayna Nunes, presidente da Comissão de Sororidade da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Paraíba (OAB-PB) comentou a declaração equivocada do presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos) sobre as mulheres “só quererem as coisas boas”, se referindo a vagas na magistratura. Janayna não citou o nome do parlamentar, mas reprovou o tom das declarações um dia depois do Tribunal de Justiça aumentar de 19 para 26 o número de assentos para desembargadores e desembargadoras.
“Fomos surpreendidas com a fala bem equivocada de um líder político dizendo que as mulheres não procurariam coisas ruins, apenas querendo ser diferenciadas na busca por coisas boas, a exemplo do cargo de desembargador. Quanto a isso eu tenho duas observações: a primeira é que não procuramos as coisas ruins porque essas coisas ruins nos procuram há séculos através de um machismo estrutural que tenta nos convencer a não ocuparmos espaços que são legítimos e direito nosso. E segundo: sim, teremos mulheres concorrendo a uma vaga de desembargador quer seja pela magistratura, pela advocacia ou pelo Ministério Público. Inclusive, em observância à Resolução 525 do CNJ de 2023. Porque é legítimo que as instituições deem acesso às mulheres aos cargos decisórios. Não porque elas são mulheres, mas por toda a representatividade, capacidade e história que elas agregam. Reconhecer isso é uma reparação social e histórica”, arrematou.
Confira o que disse Adriano Galdino: