O prefeito Romero Rodrigues recebeu no final da tarde desta sexta-feira, 22, no Palácio do Bispo, integrantes da II Marcha Internacional contra o Genocídio do Povo Negro. Representantes da comunidade quilombola do Grilo, dos grupos de capoeira, do movimento negro, das universidades e de religiões de matriz africana participaram da reunião com o prefeito.
Na ocasião, foi entregue um documento construído ao longo de quatro meses por diversos atores sociais envolvidos com o tema do respeito à diversidade étnica. No documento, constam sugestões para a implantação de políticas públicas afirmativas em favor do combate à discriminação racial.
Dentre as principais sugestões estão a criação de cotas para negros em concursos públicos no município, implantação de cursinhos pré-vestibulares nas periferias, instalação de um núcleo da mulher negra na Coordenadoria da Mulher, criação do conselho de combate ao racismo e à intolerância religiosa e campanha contra o racismo na mídia.
O documento elenca treze propostas destinadas ao trabalho de combate ao racismo. O prefeito Romero disse que vai definir uma data para que possa voltar a se reunir com representantes do movimento juntamente com auxiliares do governo para discutir encaminhamentos. "Vamos ver o que será possível fazer para avançarmos em algumas merecidas conquistas. Eu fiz questão de vir e dizer do respeito que temos à reivindicação de vocês", afirmou.
Para uma das integrantes do Movimento Negro, Ana Lúcia, é possível avançar. "Nossas reivindicações são justíssimas e uma situação dessa não pode mais esperar. A gente acredita que a partir do recebimento do documento a Prefeitura vai avaliar", considerou.
A II Marcha Internacional contra o Genocídio do Povo Negro aconteceu nesta sexta-feira em 18 estados brasileiros e 15 países. Além de denunciar o genocídio, a marcha pretende provocar discussões sobre a seletividade do sistema prisional.
De acordo com dados de 2013 do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, das 537.790 pessoas que estão no sistema penitenciário, 93,9% são homens, 50,8% têm entre 18 e 29 anos e 57,2% têm pele de cor negra ou parda. Cruzando os dados, os números apontam que a maior parte dos presos no Brasil é formada por homens e pretos.