Alguns pessoenses aderiram aos protestos e greve geral deflagrada nesta sexta-feira (20) em mais de 130 países, exigindo ações concretas contra as mudanças climáticas.Em João Pessoa, as ONGs Engajamundo e Minha Jampa, e o projeto Peace of Rising, convocaram realizaram protesto em frente ao Centro Administrativo Municipal.
Entre os vários cartazes dos participantes, frases como “#JP pelo clima”, “Sextou pelo futuro”, “Num tem B não, visse”, “Programa carbono zero: nunca vi só osso falar”, “Plano JP $ustentável para gringo ver” e “Chega de climão, lideraram o protesto.
De acordo com Max Almeida, mestrando em Ciência Política e Relações Internacionais e membro do GESEne (Grupo de Estudos sobre Segurança Energética) da UFPB, “O nordeste brasileiro é uma das regiões do planeta mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, assim como parte da África. A mesma já sofre com períodos de seca, as quais irão se intensificar com o aumento do aquecimento global.” Para o mestrando, “é fundamental que políticas de redução de emissões e adaptação para regiões, principalmente para as mais pobres sejam tomadas com urgência. De acordo com o IPCC, o nordeste do Brasil já sofre esses efeitos, os quais irão se intensificar até 2030, 2050, atingindo seu ponto mais crítico em 2100.”
No Brasil todo, mais de 40 cidades aderiram a greve.
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O protesto global contra as mudanças climáticas foi organizado por ativistas de todo o mundo. Cansados de esperar atitudes para frear o aquecimento global e as ameaças ao meio ambiente por parte dos governantes, jovens ambientalistas criaram a Greve Global pelo Clima, com início no hoje e término no dia 27.
O movimento é inspirado no Fridays For Future (Sextas pelo Futuro), protagonizado por Greta Thunberg, uma jovem ativista sueca de 16 anos, que desde o ano passado, boicotava suas aulas, toda sexta-feira, para protestar diante do parlamento sueco em defesa do meio ambiente. Greta afirma que as mudanças climáticas podem “roubar o futuro” das novas gerações; e o temor e a urgência da pauta, fez com que o movimento se espalhasse rapidamente, tomando outras proporções e aglutinando cada vez mais jovens.
O primeiro protesto global aconteceu em março deste ano, que contou com a participação de mais de 100 países, inclusive o Brasil. Em maio, a segunda manifestação contou com atos em mais de 15 cidades brasileiras. Agora, a greve chega no momento em que o mundo volta seus olhos para a devastação e as queimadas na Amazônia, além de cortes em pesquisa na área de mudanças climáticas e interferências do governo federal nos órgãos de fiscalização ambientais. A expectativa, então, é que esta mobilização seja um divisor de águas na luta em defesa do clima e meio ambiente, no Brasil.