Cláudia Carvalho

Cláudia Carvalho é editora e diretora do ParlamentoPB, jornalista e radialista, mestre em Jornalismo Profissional pela UFPB
Cláudia Carvalho

Passe a emenda!

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

A Câmara dos Deputados começou na terça e concluiu na última quarta-feira a votação do novo regime fiscal para as contas da União. É o famoso arcabouço fiscal que vai substituir o atual teto de gastos, criado na época do Governo de Michel Temer. A proposta será enviada ao Senado.

O Arcabouço Fiscal é um conjunto de regras para fazer o governo federal gastar menos do que arrecada e não ficar no vermelho.

Mas, apesar de ser um plano responsável, o governo de Lula não tem maioria na Câmara Federal. Para garantir que o projeto fosse aprovado, o presidente teve que abrir o cofre.

Um levantamento da Folha de S. Paulo mostra que foram liberados R$ 1,1 bilhão em emendas parlamentares na terça-feira (23), mesmo dia em que a Câmara dos Deputados votou o texto-base do novo arcabouço fiscal.

É um fenômeno isolado? Não. Isso é o que é mais preocupante. A cada votação, o governo precisará negociar para obter maioria e isso quer dizer abrir a carteira.

Esses recursos liberados na terça priorizou deputados aliados do governo ntegrantes do centrão, grupo de partidos liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira. Também não há nada de novo. O Centrão se uniu para isso. Sem ele, governo algum consegue governabilidade e para domar os centristas, haja dinheiro!

Na época de Jair Bolsonaro, o instrumento usado para amenizar as feras foi o orçamento secreto que movimentou quase 50 bilhões em três anos.

Mas, voltando para o movimento desta semana, foram autorizados R$ 800 milhões para deputados e R$ 288 milhões para senadores.

Um dos mais aquinhoados foi o deputado federal Hugo Motta. Sozinho, ele teria recebido R$ 15,1 milhões em emendas este ano.

Hugo era bolsonarista até 31 de dezembro. Hoje, deduzimos que seja simpático ao novo presidente.

Chegamos a um ciclo vicioso difícil de ser rompido. Se não liberar emendas a deputados e senadores, o presidente não consegue aprovar nada no Congresso. E se libera, fica refém dos parlamentares e ainda corre o risco de ser acionado por improbidade administrativa.

Com tantos bilhões saindo pelo ralo por tanto tempo e sem que se saiba no que exatamente são empregados, a situação de hospitais públicos continua caótica, as escolas enfrentam enormes dificuldades e a violência amedronta a todos nós.

Mas, isso não sensibiliza os congressistas. Eles estão muito ocupados pensando em suas bases que ficam ao redor de seus próprios umbigos.

MAIS LIDAS

Casal encontrado morto em carro pode ter sido intoxicado por monóxido de carbono

Depois de pregação, Bispo de Guarabira é agredido verbalmente na sacristia da igreja

Aluna e professor são encontrados mortos dentro de carro em Guarabira

adrotate banner="232"