Foi rejeitado pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), o pedido de habeas corpus feito pela defesa do padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor do Hospital Padre Zé. A ministra negou o pedido ao argumentar que não há ilicitude na prisão do religioso nem fundamentos cabíveis no pedido de prisão domiciliar, que não deveria, inclusive, ser analisado pelo STF, no entendimento dela.
Com a decisão da magistrada, Padre Egídio de Carvalho Neto permanecerá preso no Valentina Figueiredo, onde está desde o dia 17 de novembro.
“Quanto ao pleito de prisão domiciliar, este não foi analisado pelas instâncias anteriores, sendo imprescindível, para tanto, a análise das condições pessoais do paciente, não devendo este Supremo Tribunal se manifestar originariamente a respeito.
Conclui-se, portanto, não haver ilicitude na manutenção da prisão preventiva, demonstrando-se supressão de instância se este Supremo Tribunal Federal realizasse o exame per saltum da matéria questionada”, cita Cármen Lúcia na decisão.
Padre Egídio é acusado de desviar cerca de R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé durante o período de 10 anos em que esteve à frente da instituição. O escândalo estourou em agosto, quando sumiram centenas de aparelhos celulares e smart watches da sala do religioso. Os produtos haviam sido doados pela Receita Federal para que fossem revendidos e a renda revertida para o Padre Zé.