O Ministério Público denunciou pela quarta vez o padre Egídio de Carvalho Neto. Dessa vez ele está sendo denunciado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco/MPPB) por estelionato.
A ação relata supostas transações feitas por uma idosa de 76 anos, médica, que trabalhava no Hospital Padre Zé, e que teria sido ludibriada por padre Egídio Carvalho Neto para fazer as doações.
Ela teria procurado inicialmente o religioso para fazer uma doação de R$ 530 mil para a igreja, dizendo que queria conversar com o arcebispo da Paraíba, mas, segundo o MP, foi convencida a doar o montante para o Hospital Padre Zé, que ele administrava.
Depois, Egídio de Carvalho teria pedido também a mesma idosa para realizar um empréstimo no valor de R$ 100 mil, que seriam repassados para a instituição.
O valor da doação e o do empréstimo, totalizando R$ 630 mil, foi repassado para as contas do Hospital Padre Zé e instituições, mas, posteriormente, segundo o MP, um levantamento realizado com base na análise das contas bancárias do religioso e de ex-diretoras de instituições ligadas ao hospital, mostrou que logo após o recebimento dos recursos foram feitas transferências para as contas próprias de Padre Egídio e de ex-diretoras, indicando que houve o desvio dos recursos recebidos.
Nas outras três denúncias, Padre Egídio foi denunciado pelo sumiço dos aparelhos celulares do hospital, outra ação que apura compra e aluguel de um veículo e a terceira em outra ação que apura aquisição de monitores hospitalares.
Padre Egídio está cumprindo prisão domiciliar, como reflexo da Operação Indignus, que apura desvio de recursos no Hospital Padre Zé, em João Pessoa, durante a gestão dele.
Operação – A primeira fase da operação ‘Indignus’ foi deflagrada em outubro do ano passado, com a participação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco/MPPB), da Polícia Civil, da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (Seds), da Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba (Sefaz) e da Controladoria-Geral do Estado da Paraíba (CGE). Inicialmente, a Operação foi instaurada para investigar a suspeita de um esquema de desvio de verbas do Hospital Padre Zé e o desaparecimento de mais de 100 celulares que tinham sido doados à instituição, para que o dinheiro da venda dos produtos se revertesse em benefícios ao hospital.