Quando foi inaugurado, em janeiro de 2017, o Lagoa Shopping trouxe ao cenário do Parque Solon de Lucena, repaginado com o Parque da Lagoa, um sopro de alegria e esperança. Esse espaço ao lado do tradicional edifício Manoel Pires já havia abrigado lojas que marcaram época na capital paraibana, como a Mesbla, por exemplo, ou a antiga “Bagunça” da saudosa Dona Creusa Pires.
O Lagoa Shopping trazia consigo a expectativa de movimentar a área e impulsionar a economia local com novos lojistas e uma nova proposta. Mas, qual seria ela mesmo?
Com o passar de menos de dois anos, o estabelecimento anunciou, de maneira surpreendente, que iria fechar as portas. Nem os comerciantes sabiam. Começou aí uma disputa dolorosa entre quem pensou no empreendimento e não soube geri-lo e aqueles que empenharam suas economias e seus sonhos no shopping de frente à Lagoa.
Por falta de pagamento, a luz foi cortada, mas ainda assim, com toda dificuldade e um bocado de constrangimento, muitos comerciantes enxugaram as lágrimas e mantiveram suas portas abertas. Inconformados, foram à Justiça para ter o direito de continuar trabalhando.
Em meio ao caos que entristece a cidade de João Pessoa e ameaça com aura sombria seu principal cartão postal, a juíza Renata Belmont bloqueou os bens da administradora do shopping e determinou que ele continue funcionando com energia, água, escadas rolantes, limpeza e tudo que é necessário para receber os clientes.
De nossa parte, sugiro um exercício de solidariedade: vamos reservar uma parte das compras do fim de ano para os comerciantes do Lagoa Shopping? Se não servir para resolver o problema, ao menos levará alento a quem foi tão injustamente machucado pela crise e pela falta de gestão.