Notícias de João Pessoa, paraíba, Brasil

Jornalismo, ética e a Copa do Mundo no Catar

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

De início, confesso logo: não estou com um pingo de motivação este ano para acompanhar os jogos da Copa do Mundo no Catar. Dos jogadores que compõem a Seleção Brasileira, sei apenas o nome de Neymar e de Daniel Alves — e menos por futebol do que por outros temas.

Para falar a verdade, não fosse pelo objETHOS, o Observatório da Ética Jornalística (projeto do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina), eu sequer teria lembrado que a Copa começava neste 20 de novembro.

Em sua edição mais recente, a newsletter do objETHOS traz sete provocações para motivar discussões éticas em relação à cobertura jornalística em tempos de Copa do Mundo:

Dá pra cobrir o campeonato mundial sem ufanismo e patriotada?

Narradores precisam mesmo atuar como animadores de torcida?

Veremos mais uma vez repórteres adulando craques e fazendo vista grossa para a atuação da CBF?

Com tantas jornalistas incríveis, por que os meios brasileiros enviaram tão poucas mulheres para o Catar?

Alguma equipe de reportagem conseguirá se desvencilhar do grande esquema de relações públicas da FIFA e fazer uma cobertura independente do evento?

Aliás, será possível fazer jornalismo crítico num país como o Catar, que está longe de ser democrático e cumpridor dos direitos humanos?

A cobertura da Copa vai eclipsar as últimas semanas do governo Bolsonaro?

Enquanto lia as questões levantadas pelo objETHOS, outras vieram à minha mente: a camisa da Seleção Brasileira usurpada pela direita extremista; o sentimento de quem quer torcer pelos jogadores brasileiros, mas ainda sente desconforto ao se vestir de verde-amarelo; a falta de conexão dos torcedores com os craques da seleção — que se exibem em jatinhos, roupas de grife e festas badaladas, enquanto milhões de brasileiros passam fome; a saudade que dá de termos craques da bola com consciência social e política, como o saudoso Sócrates.

Penso nos nossos dramas como nação, mas também revisito a escolha do Catar em dezembro de 2010 como país-sede para a Copa do Mundo 2022. Na época, a FIFA optou, de forma surpreendente, pelo Estado catariano em detrimento das propostas dos Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul e Austrália.

Como torcer, por qualquer seleção que seja, e ignorar as constantes violações de direitos humanos naquele país, envolvendo trabalhadores imigrantes, mulheres e população LGBT+? Como se deixar cegar pela bola correndo no gramado e não refletir sobre os inúmeros episódios de cerceamento à liberdade de imprensa e de expressão no Catar? Como? Como reportar sem se indignar? Como?

Tags

Leia tudo sobre o tema e siga

MAIS LIDAS

Exaustão, sobrecarga… por que não reconhecemos os nossos limites?

Presidente do PT é acusado de cometer etarismo contra Luiz Couto

Incidente no Restaurante Garden: entenda o que realmente aconteceu

Anteriores

cartaxo12

Hospital informa que Luciano Cartaxo deve ter alta em breve

chuvaspatos

Chuva forte alaga ruas na tarde deste domingo em Patos

chuva agua FOTO Pixabay_

Paraíba inicia semana com alertas de acumulado de chuva

Polícia apreende quatro armas em operação na cidade de Bayeux

Polícia apreende quatro armas em operação na cidade de Bayeux

faxineira limpeza FOTO Pixabay

Sine-PB oferta 447 vagas de emprego em 12 municípios paraibanos

Dia D contra a gripe - mais de 56 mil doses são aplicadas na Paraíba

Dia D contra a gripe: mais de 56 mil doses são aplicadas na Paraíba

Cineasta Toni Venturi FOTO redes sociais

Cineasta Toni Venturi morre aos 68 anos; velório será na Cinemateca

irã FOTO Pixabay

Helicóptero com presidente do Irã, Ebrahim Raisi, sofre acidente

mega sena FOTO marcello casal jr agencia brasil

Aposta de Casserengue ganha prêmio na Mega-Sena

porto alegre RS FOTO rafael neddermeyer agencia brasil

Baixa do Guaíba revela destruição e prejuízo em Porto Alegre