Foi descoberto casualmente na tarde de hoje um furto a uma das dependências da Fundação Casa de José Américo, na avenida Cabo Branco. Numa sala próxima à rua da Mata, por trás do prédio principal, uma porta foi encontrada aberta, mas sem sinais evidentes de violação. De lá, foram levados computadores, frigobar e um aparelho de ar-condicionado. Mas, ainda está sendo investigado se itens de valor histórico, como medalhas e comendas, também teriam sido subtraídos. “São peças que não têm metais preciosos. São importantes por seu valor histórico”, disse uma autoridade policial que não quis se identificar.
O furto foi percebido por um funcionário que iria realizar a manutenção do serviço de internet no prédio da Fundação Casa de José Américo. Ele acionou a polícia e homens da Companhia Especializada em Apoio ao Turista (Ceatur) e da Polícia Civil estiveram no local. Uma perícia será realizada para identificar quando o furto aconteceu e quem foi o responsável pelo crime.
A Fundação, contudo, não tem circuito de câmeras de segurança, o que dificulta a identificação do bandido.
Desde o início da pandemia de coronavírus, o local também não tem registrado expediente.
Uma fonte informou ao ParlamentoPB que furtos eram constantes antes da implantação de uma parada de ônibus na rua por trás da Fundação. Com a pandemia e a baixa circulação de ônibus, a via voltou a ficar deserta, o que pode ter estimulado o assaltante a agir.
Fundação -A Fundação Casa de José Américo fica no número 3.336 da Avenida Cabo Branco e incorporou-se à história e à cultura brasileira desde sua construção, no início dos anos 50. Seu proprietário, José Américo de Almeida, atraiu ao endereço figuras de projeção nacional nos campos da política, das artes ou da literatura, quando de passagem por João Pessoa. O teto sob o qual viveu por mais de 20 anos, seus ambientes e recantos prediletos, oferecem-se, desde 1982, à visitação pública. Nela fica, por exemplo, o Mausoléu, onde jaz ao lado da inseparável Alice, obra do arquiteto iraniano Baham Khorramchahi, inaugurado em 20 de janeiro de 1983, com a presença do presidente João Figueiredo e da Ministra da Educação Esther de Figueiredo Ferraz.
O repasse do imóvel ao patrimônio histórico e cultural dos paraibanos foi um processo iniciado pela Lei Estadual 4.195, de 10 de dezembro de 1980, criando a Fundação Casa de José Américo, composta, basicamente, do Museu, da Biblioteca e dos Arquivos dos Governadores e outros políticos e intelectuais paraibanos. Da inauguração, em 11 de janeiro de 1982, participava o Vice-Presidente da República Aureliano Chaves.
O carro-chefe da instituição são os arquivos com mais de 300 mil documentos, entre manuscritos e impressos em geral, fotos e peças de áudio e vídeo. Fonte de estudos para melhor conhecimento da realidade brasileira a partir de 1930, tal acervo é visto como uma preciosidade da história contemporânea nacional.