Ameças a pessoas portadoras de necessidades especiais, não pagamento de direitos trabalhistas, apropriação de valor alheio, uso de documentos falsos e também possível lavagem de dinheiro estão sendo analisados na investigação envolvendo Francisco IZidoro, presidente da Associação de Deficientes e Familiares (Asdef) e Mércia Alves, tesoureira da associação.
A informação foi dada nesta quarta-feira (19) pelo delegado Allan Murilo Terruel, durante entrevista a rádio Jovem Pan na capital paraibana.
O delegado disse que a investigação teve início a partir de uma auditoria realizada pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) para verificação de contratos celebrados entre o TJ e a Asdef, onde conseguiu constatar que algumas certidões apresentadas estavam eivadas de falsidades. “Quando ouve a conferência dessas certidões para verificar se estava tudo correto para receber o valor do contrato, se constatou que os órgãos não identificavam as mesmas informações apresentadas pela Asdef, certidões do Município, certidões da Justiça do Trabalho, certidões da Caixa Econômica Federal, eivadas de falsidade”.
Diante disso o TJPB comunicou ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a Polícia, que deu início a investigação, instaurando um inquérito policial.
“Passamos a ouvir os deficientes, de uma lista de uma grande quantidade de deficientes que pleiteavam seus direitos e relatavam irregularidades. E eles nos trouxeram novas informações, como o não recebimento dos valores integrais dos salários, não recebimento dos valores do primeiro e segundo salários no início do contrato de trabalho, não recolhimento das verbas trabalhistas e relataram também que quando recebiam a menor, recebiam da conta particular do presidente da Asdef, e não da pessoa jurídica, não uma transferência ou um pagamento realizado da Associação para eles. E o contrato é entre a Associação e eles”, disse o delegado.
Estão sendo analisados no caso, segundo Terruel, apropriação de valor alheio, o uso de documento falso e também está sendo analisado possível lavagem de dinheiro. “Isto a gente está analisando inicialmente”.
Ele contou que a polícia pediu a prisão preventiva do presidente da Asdef, Francisco Izidoro e de Mércia Alves, tesoureira da Associação, por conta de ameaças que os deficientes relataram terem recebidos, bem como pediu mandado de busca e quebra de sigilo bancário. A Justiça entendeu por não decretar nesse momento a prisão preventiva do presidente e da tesoureira da Asdef. A Justiça decretou os mandados de busca e a quebra de sigilo bancário, que segundo o delegado, está sendo providenciada, onde serão analisados os fluxos dos valores de dinheiro, tanto da Asdef quanto da conta de Francisco Isidoro e de Mércia.
“Nada impede que no final do estudo a polícia e o Ministério Público entenda por novamente promover um pedido de prisão preventiva”, ressaltou o delegado.