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Desemprego cai para 8% no segundo trimestre, menor taxa desde 2014

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A taxa de desemprego no Brasil recuou para 8% no segundo trimestre, informou nesta sexta-feira (28) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor patamar para esse período em nove anos, desde 2014, quando o indicador marcava 6,9%.

Conforme o IBGE, a queda da desocupação contou com o impulso da abertura de vagas de trabalho no setor público e de empregos informais, sem carteira assinada.

Ao marcar 8%, a taxa ficou abaixo da mediana das projeções do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam desemprego de 8,2%. O indicador estava em 8,8% no primeiro trimestre.

Com o novo resultado, o número de desempregados caiu para 8,6 milhões no intervalo de abril a junho, disse o IBGE. O contingente era de 9,4 milhões nos três meses imediatamente anteriores –houve redução de 785 mil pessoas.

Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que investiga desde os empregos com carteira e CNPJ até os populares bicos.

“O segundo trimestre registrou recuo da taxa de desocupação, após crescimento no primeiro trimestre do ano. Esse movimento aponta para recuperação de padrão sazonal desse indicador”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.

O aumento do desemprego no primeiro trimestre, que marcou a largada do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), era de certa forma esperado por analistas. É que a busca por vagas costuma ser impulsionada no período pelo término dos contratos temporários de final de ano.

No trimestre móvel até maio, que integra outra série da Pnad, a taxa de desemprego já marcava 8,3%. O número de desocupados estava em 8,9 milhões no mesmo período.

Nas estatísticas oficiais, a população desempregada é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não faz parte desse número.

ALTA DE VAGAS SEM CARTEIRA E NO SETOR PÚBLICO

A população ocupada com algum tipo de trabalho subiu para 98,9 milhões no segundo trimestre. É um acréscimo de 1,1 milhão de pessoas em relação aos três meses anteriores (97,8 milhões).

O número de empregados no setor público chegou a 12,2 milhões de pessoas até junho. Houve um crescimento de 445 mil pessoas na comparação trimestral.

O IBGE também destacou que o contingente de empregados no setor privado sem carteira assinada chegou a 13,1 milhões no segundo trimestre. Isso representa uma alta de 303 mil pessoas na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

“Esse crescimento dos empregados sem carteira está relativamente pulverizado em diversas atividades que registraram ganhos de população ocupada, como o emprego doméstico sem carteira e os outros serviços”, disse Beringuy.

Já o número de empregados com carteira no setor privado ficou praticamente estável em termos estatísticos. Totalizou quase 36,8 milhões de pessoas.

“O tipo de vínculo que se destaca como responsável pelo crescimento da ocupação vem de um dos segmentos da informalidade, que é o emprego sem carteira assinada”, frisou Beringuy.

A taxa de informalidade, que mede o percentual de informais em relação ao número de ocupados no setor privado, foi de 39,2% no segundo trimestre. O indicador estava em 39% nos três meses imediatamente anteriores.

O recorde da série histórica, iniciada em 2012, foi de 40,9%, registrado no terceiro trimestre de 2019, período pré-pandemia.

Para calcular a taxa de informalidade, o IBGE contabiliza diferentes categorias de trabalhadores, incluindo os empregadores sem CNPJ e os profissionais por conta própria sem CNPJ.

Renda média

A renda média do trabalho, por sua vez, foi estimada em R$ 2.921 no segundo trimestre. Assim, ficou relativamente estável ante o primeiro trimestre (R$ 2.923).

De acordo com Beringuy, a criação de vagas informais, que costumam gerar salários menores, pode ajudar a explicar o fato de a renda não ter crescido nessa comparação.

Frente a igual trimestre de 2022, porém, o indicador teve alta de 6,2%. O rendimento estava em R$ 2.750 à época. Os valores foram divulgados em termos reais –ou seja, já ajustados pela inflação.

O IBGE ainda informou que a chamada taxa de participação ficou estável em 61,6% no segundo trimestre. A marca também era de 61,6% nos três meses imediatamente anteriores, mas estava em um nível superior, de 62,6%, no segundo trimestre do ano passado.

A taxa de participação mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais que estão inseridas na força de trabalho como ocupadas (com algum tipo de trabalho) ou desempregadas (à procura de emprego).

Analistas mencionam que a ampliação de benefícios sociais pode ser um dos fatores por trás da estagnação do indicador. Sem uma procura tão intensa por trabalho, a taxa de desemprego é menos pressionada.

CENÁRIO DE 2023

Depois da crise gerada pela pandemia, a abertura de empregos foi beneficiada no país pela vacinação contra a Covid-19 a partir de 2021. A imunização permitiu a volta da circulação de pessoas e a reabertura de empresas, intensificada em 2022.

Economistas ainda veem sinais de resiliência no mercado de trabalho, mas projetam uma espécie de acomodação ou perda de ritmo da geração de vagas no segundo semestre de 2023.

Os dados divulgados nesta sexta ainda não sofreram impactos do Censo Demográfico 2022. A contagem da população é a base para a atualização da amostra utilizada na Pnad.

O Censo contabilizou uma população de 203,1 milhões no Brasil até 31 de julho de 2022. O número ficou abaixo das projeções anteriores do IBGE. A estimativa da Pnad até julho do ano passado, por exemplo, era de 214,1 milhões de pessoas.

A diferença pode gerar revisões nos indicadores de emprego e desemprego, segundo especialistas. Isso, porém, depende dos dados do Censo sobre a população por sexo e faixa etária, ainda não divulgados pelo IBGE. Os detalhamentos são necessários para a definição da amostra da Pnad.

 

 

Folha Online

Imagem: Pexels-photo/Cottonbro Studio

 

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