Trabalhadores de todo o país cruzaram os braços contra a reforma da Previdência, os cortes na educação e o desmonte das políticas públicas e sociais. Os protestos e paralisações acontecem desde a madrugada desta sexta-feira (04). Por volta de 9h35, ao menos 23 estados e o DF já tinham aderido às mobilizações.
A deputada estadual Cida Ramos (PSB) ocupou as ruas, ao lado dos trabalhadores, desde as 4h00 da manhã, por considerar a greve geral fundamental contra as injustiças praticadas contra a população brasileira. “Historicamente, quando o país vai mal, os trabalhadores entram em cena. A crise no capitalismo resulta no aumento das desigualdades, injustiças, segregação e violência. Presenciamos uma elevada exploração dos trabalhadores e trabalhadoras, ao mesmo tempo em que o desemprego se aprofunda e atinge contornos desastrosos. Aliado a isto, assistimos perplexos a destruição dos direitos, o retrocesso das conquistas populares e a privatização”, ressaltou.
Cida foi criticada por adversários e setores da imprensa porque foi ao protesto realizado na rotatória de acesso do bairro dos Bancários à UFPB usando um carro da Assembleia. A parlamentar respondeu que a intenção era desqualificar sua atuação e explicou que preside a Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Social na Assembleia.
“O que querem é intimidar e cercear o meu exercício parlamentar. Quero pautar com eles o debate da Reforma da Previdência, quero que argumentem o motivo de defenderem a capitalização, o governo Bolsonaro é o grande capital. Sou presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência, portanto, o uso do carro faz parte do que me é atribuído como parlamentar. O uso do carro seria questionável se estivesse saindo de um motel, não? Criam factóides por falta de não terem o que dizer contra a greve. Tristes tempos em que diante de uma pauta tão justa, se foca em uma deputada e um carro. Eles não passarão, eu passarinho, como diz o poeta”, comentou a parlamentar.
A parlamentar ainda destacou que a sociedade não aguenta mais o alto nível de retrocesso instalado no país. “O número de desempregados e de desalentados, quando somados aos subempregados, bate os 28 milhões fora do mercado de trabalho formal. Esse número é assustador e caminha para uma tragédia sem precedentes. A greve vem ao encontro do fortalecimento da luta dos trabalhadores que não concordam com a nova Previdência, que acaba com a política de seguridade social”, salientou.
A estudante do Instituto Federal da Paraíba, Rayssa Amorim, considerou a reforma da Previdência extremamente nociva ao povo brasileiro. “Precisamos lutar por nossas aposentadorias e pelas aposentadorias das gerações futuras. Agora, mais do que nunca, precisamos reafirmar a nossa luta contra a reforma da previdência, que ataca especialmente as mulheres, os assalariados, os trabalhadores rurais, segurados especiais, a juventude e os professores”, pontuou.
Na Paraíba, a greve acontece de forma plena e exitosa na capital, em Campina Grande e no interior do estado. Além da pauta da reforma da Previdência, outras questões entram na lista de reivindicações, como o aumento exponencial do desemprego, a retirada dos direitos trabalhistas e previdenciários, o corte de políticas de proteção social e de renda mínima, a paralisação dos programas de moradia, os cortes na educação, o desmonte das instituições e da legislação de direitos humanos, ambiental, fundiário, de segurança alimentar e a própria extinção dos conselhos de participação social.