Conseguimos enviar para o STF um homem terrivelmente evangélico, disse Bolsonaro sobre a escolha de André Mendonça, seu fiel seguidor, para ministro do Supremo.
Gostaria, portanto, de perguntar ao novo ministro se ele vai julgar sob a ótica da Bíblia ou da Constituição. A pergunta é pertinente porque ele não está indo para uma igreja, mas sim para um tribunal, onde as leis feitas pelos homens não necessariamente são as leis de Deus.
Cá pra nós, até acho essa pergunta imbecil, mas atualmente é necessário fazê-la porque a imbecilidade deve ser levada em conta também para conseguir compreender o Brasil de hoje.
Pela lógica, não importa se um ministro do STF é evangélico, católico, espírita ou ateu. Afinal, o Supremo é guardião da Constituição e não da religião de seu ninguém. Mas a lógica não faz parte da doutrina bolsonarista.
O presidente da República nunca perde a oportunidade de ludibriar a boa fé alheia, não apenas a dos evangélicos, mas a de todos, inclusive a dos imbecis.
O céu não é o limite para a desonestidade de Bolsonaro. Ele adora misturar política e qualquer coisa com religião para esconder sua incapacidade de governar, sua incompetência para resolver os problemas carnais do povo, como fome, miséria e desemprego, e para arrebanhar ovelhas e ampliar seu cercadinho eleitoral.
Espero que o Brasil acorde pra Jesus, literalmente, e se livre desse inferno o mais rápido possível.