O deputado federal paraibano Luiz Couto (PT) chegou ao meio-dia desta segunda-feira, 21, e cumpre agenda da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal até esta terça-feira, 22, em Belém, capital do Pará. O primeiro compromisso do dia para o parlamentar e seus colegas da CDHM foi um almoço com lideranças de movimentos sociais na sede paraense da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil. Lá, foram discutidos os pontos das tratativas que seriam feitas em Belém.
Em seguida, às 14 horas, Couto e os demais representantes da Comissão se reuniram com a Subprocuradora-Geral de Justiça do Pará, Cândida de Jesus. Eles trataram de chacinas ocorridas na Penitenciária de Santa Isabel e região metropolitana de Belém, além do caso do lixão de Marituba e também do problema que envolveu os ribeirinhos atingidos pelo desastre ambiental da Hidro em Barcarena. Outro tema abordado foi o habeas corpus do pároco de Anapu, Padre Amaro e ainda foram abordados outros temas que envolvem disputas por terras na região.
Cândida relatou a Couto que foram formados grupos de trabalho com promotores estaduais e federais para averiguar as mortes e ação de milícias privadas naquele Estado. Ela acrescentou que ainda não há casos solucionados, mas repassará à Comissão de Direitos Humanos e Minorias um relatório com o andamento dos processos e as providências adotadas.
Às 19 horas, Luiz Couto tomou parte em uma audiência na Assembleia Legislativa do Pará com grupos que representam vítimas das chacinas ocorridas na região metropolitana de Belém, representantes do caso do lixão de Marituba e dos ribeirinhos atingidos pelo desastre ambiental da Hidro em Barcarena. O deputado ouviu denúncias sobre detalhes dos crimes e tomou depoimentos em separado de pessosa ameaçadas de morte por apoiarem a causa dos trabalhadores e contra os latifundiários.
Na manhã desta terça-feira, 22, Couto e os demais membros da Comissão de Direitos Humanos e Minorias encontram às 8 horas o governador Simão Jatene, com quem tratarão dos mesmos temas discutidos na Assembleia e na Sub-procuradoria Geral de Justiça do Pará, além da violência praticada contra um acampamento de trabalhadores rurais sem-terras na região de São João do Araguaia. Um outro ponto da pauta será o pedido de habeas corpus do Padre Amaro, José Amaro Lopes de Sousa, que está atrás das grades desde o dia 27 de março na prelazia do Xingu, onde atuava como paróco. O religioso era considerado braço direito da missionária Dorothy Stang, assassinada em 2005 no Pará e foi acusado de invasão de terras. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Pará divulgou uma nota na qual afirma que a decisão não teria se baseado em fatos concretos, mas em depoimentos de fazendeiros e de outras pessoas contrárias ao trabalho do padre. O religioso deu continuidade ao trabalho de Stang, defendendo os direitos humanos, os assentamentos de sem-terra e as reformas fundiária e agrária.