A Comissão de Constituição e Justiça aprovou nesta quarta-feira, 2, convite para que o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fale à comissão sobre as polêmicas declarações feitas à imprensa de que teria planejado matar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Esta e outras revelações estão em um livro sobre Janot que ainda será lançado. Também foram chamados o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o ex-chefe de gabinete de Janot, Eduardo Pelella.
O deputado Delegado Pablo (PSL-AM), autor do requerimento, explicou a sua motivação:
“A intenção é trazer luz ao tema que ele falou para toda mídia, no caso o ex-procurador Janot; de que durante a Lava Jato foi – por várias autoridades da República daquele tempo – atrapalhado, obstaculizado, colocado contra a parede para que as investigações não andassem. E todos aqui sabem que a Lava Jato é um patrimônio do Brasil”.
Deputados de partidos de oposição anunciaram que votariam a favor, mas pediram a inclusão do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, no convite, porque Janot teria dito que houve pressão de Dallagnol para que ele acusasse o ex-presidente Lula por organização criminosa, para que a força tarefa pudesse acusá-lo de outro crime. Foi o que explicou a deputada Talíria Petrone (Psol-RJ):
“Está bem explícita na obra do Janot que ele foi pressionado por Dallagnol para que invertesse a ordem dos trabalhos para que fizesse a denúncia do presidente Lula antes de outras denúncias; que denunciasse o Partido dos Trabalhadores antes até de outras denúncias que podiam ser explicitamente mais graves”.
O deputado Delegado Pablo disse que não poderia chamar todas as pessoas citadas no livro e recusou a inclusão de Dallagnol. O deputado José Guimarães (PT-CE) disse que vai apresentar requerimento para que o procurador da Lava Jato seja chamado.
Rádio Câmara (Sílvia Mugnatto)