Como prova da interferência de Bolsonaro na Policia Federal, o vídeo não é conclusivo, bombástico, embora seja uma peça importante no inquérito. Mas o conjunto da obra revelado é explosivo, politicamente. É o retrato fiel do desgoverno, da desqualificação generalizada e da baixaria no mais alto escalão do poder.
Apenas os fanáticos da seita bolsonarista, os robôs de carne e osso, em número cada vez menor, gostaram do filme. É vida de gado, povo feliz. Por incrível que pareça.
O governo que diz defender a família e a moral, em nome de Deus, entre quatro paredes mais parece um bordel. É o falso moralismo na veia. É a hipocrisia escancarada do governo e dos seus apoiadores.
O vídeo revela, para os parâmetros normais, uma tragédia sem precedentes, na qual os personagens mostram-se perdidos, sem rumo algum. É o samba do crioulo doido executado por gente desafinada. Ficou evidente que eles não sabem o que estão fazendo.
É difícil entender esse governo, em todos os sentidos. Até no quesito cômico. O vídeo não deixou claro, por exemplo, se o presidente é a hemorroida ou o ânus nessa conjuntura. A confusa fala de vossa excelência sobre esse tema, na reunião, não é conclusiva também.
Hemorroidas são veias ao redor do ânus ou do reto que se inflamam ou dilatam. De inflamação o presidente bem entende. Talvez esteja aí a explicação.
Mas enquanto a gente tenta entender o pensamento filosófico de Bolsonaro, é bom lembrar que, ao contrário da covid-19, existem tratamento e cura para hemorroidas. E esta é a nossa sorte. Precisamos nos livrar delas urgentemente.