O deputado federal Frei Anastácio (PT-PB) disse que o Palácio do Planalto dá sinais de que apoia crimes ambientais e por isso muitas quadrilhas sentem-se à vontade para queimar nosso patrimônio natural. “O único culpado por toda agressão ao meio ambiente é o próprio governo que diz, entre outras coisas, que tem terra de mais para pouco índio, que o Ibama está multando demais e que produtores têm que produzir mais”, disse o deputado Frei Anastácio.
O parlamentar afirma que “temos, portanto, uma catástrofe ambiental que é estimulada por uma conjuntura política catastrófica. E isso virou notícia internacional. Não é de se estranhar que várias empresas estrangeiras pararam de comprar produtos brasileiros, como a madeira, o couro e outros produtos agropecuários. Em agosto, o número de queimadas triplicou em relação ao ano passado, e é o maior dos últimos nove anos”, informou.
Segundo o deputado, a hipótese de o fogo ser resultado de causas naturais está descartada pelos especialistas, porque já se sabe de grupos que combinaram, via redes sociais, espalhar gasolina e fogo, com o intuito de fazer novas pastagens.
Situação pode piorar
“O problema tende a aumentar, pois temos na Presidência da República e no Ministério do Meio Ambiente pessoas que são inimigas declaradas da preservação ambiental e dos direitos indígenas”, lamentou o deputado.
Frei Anastácio elenca que processos por ecocídio e genocídio começam a ser cogitados, dentro e fora do Brasil. Portugueses já estão boicotando a carne brasileira. Outros produtos de exportação serão prejudicados, nesse contexto em que o Executivo Federal despreza dados científicos e demite funcionários qualificados, aliando-se a madeireiros ilegais, grileiros, contrabandistas e todos os que se interessam pela destruição da Amazônia e do Cerrado.
“Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, vivendo no mundo ilusório da pós-verdade, onde o que vale é a narrativa, e não os fatos, acusam ONGs ambientalistas de serem as responsáveis pelas queimadas. Mas assim como as imagens de satélites da NASA desmentiram a narrativa de que não havia nenhum problema ambiental, já foi desmentida a narrativa que inocentava o agronegócio da responsabilidade por essas queimadas”, disse o parlamentar.
Segundo o deputado, a Polícia Civil do Amazonas está investigando um grupo que combinou botar fogo numa grande extensão da mata nativa, no chamado “dia do fogo” e o Ibama foi alertado.
Máquina de mentiras
O cenário caótico criado pela máquina de mentiras bolsonarista, segundo Frei Anastácio, desperta a sociedade para que esteja alerta, atenta para notícias falsas. “Os fatos objetivos são desprezados pelo atual Governo, que se vale de apelos à emoção e a crenças absurdas, como a teoria da Terra Plana, defendida por pessoas como Olavo de Carvalho, espécie de guru reacionário da família Bolsonaro. Os governistas negam o aquecimento global e a necessidade de cuidados com o meio ambiente e com a população mais vulnerável, como os indígenas”, disse.
O petista diz que não são apenas as matas da Amazônia e do Cerrado que estão sendo queimadas. Nessa fogueira, queimam também a verdade, o bom senso, e instituições republicanas como a Receita Federal, a Polícia Federal e até a Democracia. Cabe aos brasileiros não deixar prosperar as fagulhas da ignorância e do preconceito, apagando todos os focos desse incêndio ideológico. Para isso, contamos com a ajuda de organismos internacionais, como a ONU.
Ataques
De acordo com o deputado, o mundo nos ajudou a denunciar o golpe de 2016, e hoje assiste às tramoias jurídicas clandestinas que estão por trás da Lava a Jato.
“Essas tramoias, e parte da imprensa, levaram ao poder o presidente mais bizarro de nossa história. Um presidente que ataca sistematicamente o Estado Democrático de Direito, que ataca universidades, que ataca a previdência social, os direitos trabalhistas, os índios, a Ancine – ataca tudo que signifique uma conquista civilizatória”, lamentou o deputado.
Para Frei Anastácio, Bolsonaro e seus ministros arrastam-se no mar de lama das milícias, e não são afetados pelas queimadas. “Mas nós, presos entre a lama e a fuligem, temos de fazer o possível para reverter essa situação, e trazer novamente o Brasil para a normalidade democrática e de volta para o povo”, concluiu o parlamentar.