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A ditadura do amor e o luto da separação

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A perda é, sem sombra de dúvida, condição persistente da existência humana. Nas relações de afeto então, faz-se ainda mais presente. No namoro, casamento ou em simples amizade, cada ser vivencia a dor da perda, bem ao seu modo. Não há certificado de garantia, tampouco prazo de validade, a relação simples e dolorosamente se esvai entre dedos, poros, gestos e falas, perpassando caminhos que levam ao começo, meio e fim.

O luto aparece como consequência inexorável, na vida de homens e mulheres, independente de quem tomou a decisão ou parou de nutrir desejos, amor ou outras formas de sentimentos. Parece difícil perceber, mas quem deixou de amar também perdeu um amor. Provavelmente, iniciou seu período de luto há mais tempo, antevendo dores, mágoas e culpas.

​Um oceano de culpas e incertezas que podem conduzir a equívocos dilacerantes na vida de qualquer casal. A exemplo de discussões intermináveis e estéreis, dissimulações, desprezo, indiferença e, até mesmo, a busca por outros relacionamentos. Em algumas situações como autopunição, por não mais amar o parceiro com o qual dividiu tantos planos, projetos e desejos que atravessam os vários campos da vida.

Ninguém amanhece e, de repente, sem nunca ter cogitado essa ideia, pede para separar. Há um antes geralmente sofrido e solitário, escondido bem no fundo do baú das desilusões e desesperanças. Noites insones, dias atordoados, quando ainda se busca extrair algo advindo da última gota, entre respingos mais desesperados que amorosos. Restam apenas fragmentos do que um dia foi turbilhão de paixão, juras e desejos.

Separação é difícil para os dois lados, porque romper requer coragem para curar feridas e reconstruir vidas. Não raro há um processo de reconstrução da própria identidade, além das representações sociais, que precisam ser reconfiguradas sob novo contexto. São almas que um dia andaram juntas em plena simbiose, mas soltaram as mãos, por razões das mais variadas, e agora necessitam encerrar um ciclo, para recomeçar.

Como administrar com equilíbrio os desdobramentos dessa decisão? Não há fórmula ou regras, mas cada um encontrará a melhor saída, no seu tempo. Se possível, sem atropelar etapas, tampouco engatando uma relação já no dia seguinte.

O luto da separação deve ser vivenciado em sua plenitude, com direito a reflexões e aprendizados. Ninguém é afetivamente incapaz ou incompleto por não estar em uma relação amorosa. Essa espécie de “ditadura do amor” só traz cobranças e mais dores ainda.

O medo de ficar sozinho(a) e a ânsia por recomeços afetivos, sem o devido preparo, podem constituir armadilhas perigosas. Melhor mesmo é experimentar um tipo de contabilidade afetiva, onde zera-se o caixa do coração e, livre de qualquer forma de pressão, já com bagagem bem mais leve, parte-se para um novo amor, pronto para recomeçar.

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