Havia grande expectativa para as votações de hoje na Assembleia Legislativa da Paraíba. Depois de semanas sem apreciar nenhum projeto em plenário, o líder do governo, Lindolfo Pires (DEM) havia prometido "carga máxima" para agilizar os trabalhos. Não foi, contudo, o que se viu. Ao invés disso, uma confusão tomou conta do parlamento estadual no momento da abertura da ordem do dia. Único oposicionista presente ao plenário, Frei Anastácio (PT) pediu a verificação de quorum, determinada em seguida por Domiciano Cabral (DEM) que presidia a sessão. Foi dito que havia 19 deputados no local e iniciou-se a leitura da ordem do dia.
Ao ouvir aquilo, os deputados de oposição, que têm se retirado sistematicamente do plenário para barrar as votações, voltaram para protestar contra a contagem, alegando que não havia quorum suficiente, ou seja, 19 parlamentares na sessão.
A contagem, aliás, identificava que estavam presentes no momento da verificação do quorum os deputados Frei Anastácio, Toinho do Sopão, Lindolfo Pires, Wilson Braga, Edmilson Soares, Domiciano Cabral, Branco Mendes, Léa Toscano, Gilma Germano, João Henrique, João Gonçalves, José Aldemir, Doda de Tião, Márcio Roberto, Hervázio Bezerra, Eva Gouveia, Assis Quintans e Janduhy Carneiro.
Em meio a um tumulto e provocações da oposição, que alegava a "desmoralização" do parlamento estadual com a falha na contagem do quorum, o deputado Edmilson Soares (PSB), vice-presidente da Casa, resolveu assumir a presidência dos trabalhos e "resolver" a crise. Pediu que o primeiro-secretário, Branco Mendes (DEM) procedesse a leitura dos nomes dos deputados presentes ao momento da verificação de quorum.
– Verifiquei e só tinha 18. Eu não vou inventar. Acho que o Governo precisa chamar sua bancada para comparecer a plenário – reconheceu o democrata.
Depois disso, o presidente retificou a abertura da ordem do dia e reconheceu que não havia condições regimentais de proceder as votações. No grande expediente, o deputado Frei Anastácio ainda fez uma provocação ao líder do Governo, Lindolfo Pires, ao elogiar a sinceridade de Branco:
– Vossa excelência devia ser o líder do Governo porque o líder mesmo faz uns "arrumadinhos" que deixa a gente que nem peru doido. O parlamento tem que agir com postura e com pessoas da sua qualidade – disse o petista.