A integração da sociedade no processo de atendimento psicossocial e de apoio às pessoas portadoras de transtornos mentais, incluindo os dependentes químicos (viciados em drogas), foi defendida pela deputada federal Nilda Gondim (PMDB-PB) durante audiência pública conjunta das Comissões de Seguridade Social e Família (da qual é membro titular) e dos Direitos Humanos e Minorias, realizada no dia 12 de abril na Câmara Federal. Na oportunidade, ela anunciou a implantação, pela Prefeitura Municipal de Campina grande, do “Consultório de Rua”, iniciativa móvel que vai garantir atendimento aos dependentes químicos que vivem nas ruas da cidade. O projeto será lançado já na próxima segunda-feira (25), às 11h30, na Praça da Bandeira, no Centro da Cidade, segundo confirmou a secretária municipal de Saúde, Tatiana Medeiros.
Nilda Gondim também destacou o empenho da administração campinense no de ampliar o atendimento do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município, que tem sede no bairro do Alto Branco, próximo à Avenida Canal, e que hoje funciona apenas durante o dia, por pertencer à classificação CAPS AD2, e que deverá passar à classificação CAPS AD3, com funcionamento em regime de plantão 24 horas. Projeto nesse sentido já foi encaminhado ao Ministério da Saúde pela secretária Tatiana Medeiros, e a expectativa é de que será aprovado, dada a importância social de que se reveste.
“O CAPS AD3 possibilitará, em Campina Grande, a ampliação do atendimento aos portadores de transtornos mentais em crise”, comentou a deputada paraibana durante a audiência, que foi convocada pelo deputado Henrique Afonso (PV-AC) com objetivo central de debater políticas afirmativas e de assistência às pessoas com transtorno mental, buscando a garantia de que os direitos das pessoas com transtornos mentais sejam respeitados nos campos da saúde pública, da assistência social e dos direitos humanos.
Para Nilda Gondim, os últimos anos o Brasil apresentou avanços consideráveis no tratamento aos pacientes com transtorno mental. “Antes presenciávamos pacientes com transtornos mentais presos como se fossem delinquentes, sem receber um tratamento psiquiátrico adequado e sem direito ao mínimo de qualidade de vida, realidade esta que feria os direitos de dignidade e de saúde”, ressaltou, citando a implantação dos Centros de Atenção Psicossocial (que dispõem de profissionais de psicologia, assistência social e de outras áreas afins) como iniciativa de grande importância no processo que visa à reintegração dos pacientes com transtornos mentais, incluindo-se os dependentes químicos, às suas famílias.
Conforme dados do Ministério da Saúde citados pelo deputado Henrique Afonso, 3% dos brasileiros sofrem com transtornos mentais severos e persistentes, como neuroses graves, psicoses, transtornos de humor graves, dificuldade de adaptação ou deficiência mental grave. Ao todo, pelo menos 12% da população precisa de algum atendimento nessa área.
Usuários de drogas – Com lançamento confirmado para a próxima segunda-feira (25), o Consultório de Rua citado pela deputada Nilda Gondim está integrado ao “Plano Emergencial de Ampliação do Acesso aos Usuários de Álcool e outras Drogas”, do governo federal. Em Campina Grande ele funcionará na Praça da Bandeira, no Centro da cidade, e a Praça José Américo, próxima ao Parque da Criança.
A equipe itinerante contará com a participação de profissionais especializados em saúde mental, atenção básica e assistência social que desenvolverão rotina de atividades e intervenções educativas e psicossociais. Todos os atendimentos serão feitos em sintonia com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), de forma a permitir, não somente a reintegração dos usuários de drogas às suas famílias e à sociedade, mas também a integrá-los à própria rede de atendimento clínico do município.