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Projeto resgata e difunde a criação de abelhas sem ferrão na Paraíba

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Com o objetivo de resgatar e difundir a criação de abelhas nativas sem ferrão como atividade sustentável e visando restaurar o ecossistema da Mata Atlântica no litoral norte da Paraíba, já está em execução nas 13 aldeias indígenas localizadas no município de Baía da Traição o Projeto Eirusu Potiguara. A primeira reunião com a equipe técnica do projeto ocorreu esta semana, na última segunda-feira (5).

O Eirusu Potiguara está sendo desenvolvido pela Associação Paraibana dos Produtores de Mel da Baía da Traição (Paraíba Mel), instalada na Aldeia São Miguel, por meio de um convênio firmado com a Fundação Interamericana (IAF). Com um financiamento de 40 mil dólares (próximo a R$ 200 mil) num período de um ano e seis meses, o projeto visa gerar renda e soberania alimentar às populações indígenas potiguara da Paraíba.

O projeto, segundo o vereador Ronaldo do Mel (sem partido), vice-presidente da Câmara Municipal de Baía da Traição (CMBT) e um dos coordenadores do Paraíba Mel, está envolvendo inicialmente cerca de dez famílias e atingirá, indiretamente outras cinquenta 50 pessoas. “Também é parte dos objetivos do projeto a produção e plantio de mais de três mudas de espécies nativas melíferas”, informa Ronaldo do Mel.

“Este é um projeto de extrema importância para o nosso povo, pois vai resgatar e difundir a meliponicultora com abelhas nativas entre os potiguara, como atividade que fomenta a sustentabilidade nos domínios ambiental, social, cultural e econômico”, comemora Ronaldo, que também é indígena potiguara. “Nós seremos guardiões de espécies ameaçadas de extinção e ajudaremos na restauração da Mata Atlântica”.

Meliponicultura é a criação racional de abelhas sem ferrão, em que as colmeias são organizadas em meliponários e era praticada há muito tempo pelos povos nativos da América Latina, principalmente no Brasil e no México. Já a palavra que dá nome ao projeto, Eirusu (ou Eiru su), é indígena e define essa abelha, que significa “abelha grande”. São abelhas mansas, sem ferrão e de fácil manuseio.

Desmatamento e agrotóxicos

O desmatamento, o avanço das lavouras de cana-de-açúcar e o uso indiscriminado de agrotóxicos, incentivados por uma usina da região, têm causado a mortandade de milhares de abelhas e dizimado dezenas de colmeias dos apiários na região das treze aldeias de Baía da Traição, colocando em risco a produção de mel e a sobrevivência econômica de pequenos apicultores indígenas.

“A cana está ocupando todos os espaços. Perdemos abelhas e apicultores para a cana-de-açúcar”, denunciou recentemente o vereador Ronaldo do Mel, lembrando que a Associação Paraíba Mel também mantém um viveiro de mudas nativas – principalmente frutíferas, como a mangabeira – para fazer frente ao desmatamento na região.

Ele destacou que alguns caciques “simpatizam com a cana-de-açúcar” e deixam a usina entrar em suas áreas. Eles autorizam e ocorrem os desmatamentos. “Com o viveiro de plantas nativas estamos tentando minimizar e dar o mínimo de segurança de sobrevivência para essa população, para que não se acabe a mangaba, e dentro da mata é onde estão os apiários, “onde a gente consegue produzir o mel e que tá ameaçado. A gente está perdendo as abelhas com o veneno no desmatamento, que também tá atingindo as aves nativas”.

Organizadas na Associação Paraíba Mel, atualmente cerca de 80 famílias mantêm 385 colmeias (de abelhas africanizadas e europeias – italiana) distribuídas em nove das treze aldeias indígenas existentes em Baía Traição. Com uma média de produção de 13 quilos por colmeia, a comunidade indígena na região garantia, até recentemente, a produção de algo em torno de 14 a 15 mil litros de mel ao ano.

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