Alguns pacientes têm me procurado, para saber o que fazer após a interdição recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de medicamentos contendo o princípio ativo losartana. Tal substância é um anti-hipertensivo e um dos remédios para insuficiência cardíaca mais utilizados no Brasil.
A decisão da Anvisa pela interdição e recolhimento dos medicamentos foi divulgada no dia 23 de junho passado devido à presença, em vários lotes, da impureza “azido” em concentração acima do limite de segurança aceitável.
Conforme a Anvisa, “a impureza azido é uma substância que pode surgir durante o processo de fabricação do insumo farmacêutico ativo e que tem potencial mutagênico, ou seja, pode causar alterações capazes de causar danos às células humanas”.
Por isso que há muita gente apreensiva sem saber se deve ou não tomar o medicamento que tem em casa. Importante: os pacientes que usam remédios contendo losartana não devem interromper o tratamento sem antes conversar com um médico de confiança. Essa, aliás, é a mesma orientação dada pela Anvisa. Deixar de tomar remédios pode trazer riscos à saúde, principalmente no caso de pessoas hipertensas ou com insuficiência cardíaca.
Sobre esse caso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou uma nota oficial há poucos dias. No comunicado, a SBC sugere que:
- Pacientes que fazem uso da losartana devem continuar utilizando o seu medicamento;
- Pacientes que estão fazendo uso de um dos lotes interditados devem seguir as recomendações da Anvisa para troca;
- Em caso de dúvida ou necessidade de orientação, procurar atendimento médico.
Muitas vezes, as pessoas veem o noticiário e ficam assustadas. Com base nas informações divulgadas até agora, e de acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia, também oriento aos pacientes que utilizam losartana que tenham cautela e evitem suspender o tratamento sem antes ouvir a avaliação clínica do cardiologista que o acompanha.
Essa recomendação de continuidade do uso também se aplica a pacientes que estejam usando um dos lotes afetados. Qualquer alteração no tratamento só deve ser feita pelo médico de confiança do paciente, sempre levando em consideração a relação risco-benefício.
No caso de pessoas que utilizam algum remédio dos lotes interditados pela Anvisa, os medicamentos precisam ser substituídos. Para isso, a Anvisa recomenda que os usuários entrem em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do laboratório, para se informar sobre a troca do seu medicamento por um lote que não tenha sido afetado pelo recolhimento ou interdição. Os meios para contato com as empresas estão disponíveis na embalagem e na bula dos produtos.