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Aprovação ao trabalho de Moro na Lava Jato despenca, e rejeição sobe

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Hoje objeto de questionamento no Supremo Tribunal Federal, o trabalho do ex-juiz Sergio Moro na Operação Lava Jato sofreu uma queda abrupta em sua aprovação desde 2016, no auge da ação anticorrupção.

Segundo aferiu o Datafolha, 45% dos brasileiros consideram que Moro foi bom ou ótimo como juiz principal da operação e seu símbolo. Em três mensurações há cinco anos, esse número variou de 65% a 62%.

O instituto questionou 2.023 pessoas nos dias 15 e 16 deste mês. A pesquisa, nacional e por telefone, tem margem de erro de dois pontos percentuais.

Já a rejeição ao trabalho do ex-juiz e ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro dobrou. Ela variou entre 11% e 13% em 2016, e agora está em 27%. Quem o avalia como regular soma 25%, ante entre 15% e 16% há cinco anos.

Recapitulando, em 2016 as revelações da Lava Jato acerca de corrupção tendo a Petrobras como epicentro acirraram o clima político negativo ao governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), que acabou sofrendo impeachment.

Então titular da Justiça Federal em Curitiba, Moro já contava dois anos de trabalhos que expuseram crimes envolvendo políticos e empresários.

Estava entrando no zênite de sua popularidade, sendo aclamado nos protestos de rua contra Dilma e demonizado pelo PT e por seus então aliados, como PP, MDB e PL.

Em um episódio particularmente polêmico, Moro divulgou ilegalmente um áudio entre Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva no qual os petistas combinavam deixar pronto um termo de posse para o ex-presidente como ministro da Casa Civil.

O estratagema foi apontado pela Lava Jato como uma forma de garantir algum grau de blindagem a Lula, que ganharia foro especial, contra ações da Polícia Federal. O Supremo anulou a ação, embora Moro não tenha se arrependido dela.

O resto é história: em 2017 o juiz condenou Lula devido ao caso do tríplex em Guarujá (SP) e o ex-presidente ficou 580 dias preso.

No começo deste mês, o Supremo anulou a condenação e enviou o processo para ser analisado em Brasília, alegando que Curitiba, onde Moro atuava, não tinha jurisdição sobre o caso. Lula, por ora, voltou a ser elegível.

No final de 2018, Moro foi convidado a integrar a gestão do recém-eleito Bolsonaro. Ao aceitar, foi criticado, porque a condenação havia tirado o petista da eleição presidencial em que seu novo chefe foi favorecido.

Ainda assim, o nome do ex-juiz seguiu forte e sendo especulado como um eventual presidenciável. Bolsonaro desidratou a Lava Jato, ao indicar um procurador-geral que acabou por enterrá-la, e bateu de frente com Moro.

Para complicar a situação do ex-magistrado, a revelação de grampos comprometedores de membros da Lava Jato, ele incluso, a partir de junho de 2019 pelo site The Intercept Brasil, erodiu sua imagem e levou o Supremo a analisar o caso da eventual parcialidade de Moro no julgamento de Lula.

Após deixar o governo em um grande escândalo, no qual acusou Bolsonaro de tentar manietar a PF, Moro retraiu-se e foi ganhar a vida como consultor de uma empresa que tem entre seus clientes afetados pela Lava Jato.

Enquanto é visto por presidenciáveis eventuais ao centro e centro-direita como um nome com peso para influenciar a eleição, Moro vem sendo descartado como alguém a estar na urna eletrônica em 2022.

O apoio a Moro segue mais forte em setores associados à sustentação da Lava Jato. Seu trabalho na Lava Jato é classificado como ótimo ou bom por 54% entre quem ganha de 2 a 5 salários mínimos, 55% na faixa acima (5 a 10 salários) e de 57% entre os mais ricos (acima de 10 salários mensais).

Ele também é mais bem visto na bolsonarista região Sul (52% de aprovação) e entre empresários (67%) —aqui uma fração da amostra, apenas 3% dos ouvidos.

Um dado se sobressai: a melhor avaliação de Moro vem daqueles que aprovam o governo Bolsonaro, apesar de ele ter rompido com o presidente.

Entre aqueles que consideram que Bolsonaro faz um governo bom ou ótimo, 30% da população, o trabalho de Moro é visto da mesma forma por 68%.

Na mão inversa, a rejeição do ex-juiz sobe entre aqueles 44% que dizem considerar Bolsonaro ruim ou péssimo: 43%. Isso mostra uma ligação entre o bolsonarismo e o lava-jatismo que, aparentemente, sobreviveu ao divórcio entre seus protagonistas.

A rejeição ao trabalho de Moro também é notável no Nordeste, fortaleza oposicionista: 38% dos moradores o avaliam como ruim ou péssimo.

O conhecimento da decisão do ministro Edson Fachin, que restaurou os direitos políticos de Lula, não impacta a avaliação de Moro. Já entre quem não soube do caso, a aprovação ao ex-juiz cai a 30%.

 

Folha de S. Paulo

 

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