O deputado estadual Wallber Virgolino (PL) não gostou de uma matéria publicada neste sábado pelo ParlamentoPB, site cuja editora é a jornalista Cláudia Carvalho. Na rede social do veículo de comunicação, ele disse que a imprensa paraibana está “emburrecida pelo dinheiro” e insinuou que o conteúdo teria sido motivado pelo “toco”, gíria para propina.
O texto que causou a reação estapafúrdia do deputado apenas questionava uma publicação feita por ele e que reproduzia um meme no qual o próprio parlamentar “pagava” à esposa para ir a uma vaquejada sem ela e na companhia de amigos. Mais do que isso, ele ofereceria R$ 1 mil para circular “sem aliança” e para que ela sequer ligasse para ele.
O questionamento jornalístico não diz respeito à intenção do deputado de “fazer uma brincadeira”. Isso fica compreensível para qualquer pessoa medianamente inteligente. O que deveria ser evitada é a naturalização de comportamentos tóxicos e abusivos frequentemente adotados por homens para subjugar suas mulheres.
Confira as notas emitidas pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba, pela Associação de Mídia Digial (Amidi) e a Associação Paraibana de Imprensa (API) em solidariedade a Cláudia Carvalho, repreendendo a conduta agressiva e desnecessária de Wallber.
NOTA
A Associação de Mídia Digial (Amidi) e a Associação Paraibana de Imprensa (API) repudiam o tratamento do deputado estadual Wallber Virgolino contra a jornalista Cláudia Carvalho e a imprensa paraibana, ao se pronunciar de maneira acusatória e injuriosa aos profissionais da mídia do nosso estado.
O parlamentar usou o espaço dedicado aos comentários em uma rede social para fazer insinuações levianas e genéricas contra a imprensa do nosso Estado.
Os ataques teriam sido motivados após produção de matéria jornalística elaborada pelo ParlamentoPB, veículo da mídia digital dirigido pela jornalista Cláudia Carvalho, sobre vídeo postado pelo deputado em suas redes sociais.
A Amidi e a API lamentam a forma e o tom usados pelo parlamentar para rebater o texto publicado pelo site.
Ressaltamos que o deputado, como qualquer cidadão, tem o direito de divergir de conteúdos e opiniões, bem como solicitar direito de resposta ao veículo de comunicação. Contudo, o modo como Walber Virgulino se comportou, optando pela desqualificação e ofensa ao invés da argumentação, atenta contra a liberdade de imprensa e a prática do exercício profissional jornalístico.
As entidades se solidarizaram com a jornalista Cláudia Carvalho e com todos os jornalistas e comunicadores da Paraíba ofendidos e difamados pelo citado político, ao tempo que sugere à referida autoridade legislativa revisão da postura autoritária dispensada ao contraditório.
Associação de Mídia Digial (Amidi)
Associação Paraibana de Imprensa (API)
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS – FENAJ
SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO ESTADO DA PARAÍBA
Nota de repúdio
O deputado estadual Wallber Virgolino atacou uma jornalista e por tabela toda a imprensa paraibana ao reagir de maneira violenta contra uma matéria elucidativa produzida pelo ParlamentoPB e por sua editora, Cláudia Carvalho. O texto analisava o discurso de um vídeo em que o deputado, em tom de brincadeira, oferecia dinheiro à esposa para ir a uma vaquejada e passar o fim de semana fora de casa e “sem aliança”.
De humor questionável, o conteúdo de Wallber naturaliza diversas facetas de comportamentos tóxicos contra as mulheres.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba repudia as acusações desequilibradas e irresponsáveis do deputado Wallber Virgolino e se coloca em defesa da imprensa paraibana, que para o deputado “não respeita nada, nem ninguém”. Talvez, em um juízo distorcido, o “respeito” seja equiparado à subserviência. Essa, sim, não é típica dos aguerridos comunicadores e comunicadoras da Paraíba.
Nossa solidariedade a Cláudia Carvalho, jornalista do batente há décadas, empregada pública por mérito e aprovada em concurso público, além de diretora desta entidade, profissional engajada na luta pelos direitos das mulheres e humanos, que incluem além da não violência, a busca pela verdade, contraditório, respeito e a não distorção dos fatos.
Ao parlamentar em questão, nosso repúdio. Não aceitar críticas é comportamento típico de quem é anti-democrático. Uma lástima para alguém que foi escolhido para representar o povo.
A DIRETORIA