O ex-secretário de organização do PSB da Paraíba, Edir Mendonça, anunciou hoje em uma entrevista coletiva na Associação Paraibana de Imprensa (API) sua desfiliação da legenda. Em meio a várias queixas em relação à cúpula partidária, ele disse que três motivos o fizeram deixar o partido e acusou Ricardo Coutinho e Edvaldo Rosas de mentir em juízo no caso das atas, que ele afirma terem sido falsificadas para prejudicar o deputado estadual Guilherme Almeida.
Segundo a explicação de Edir, um dos motivos para deixar o partido foi o escanteio que teria sofrido no processo de interiorização do PSB: "Eu consegui organizar o partido em 186 cidades. Mas, fui excluído desse processo e houve uma redução nesse número. Agora, o PSB está presente em apenas 45 municípios. O partido está entregue às baratas".
A segunda razão da desfiliação foi a especulada proximidade do prefeito Ricardo Coutinho com o grupo capitaneado por Cássio Cunha Lima: "O PSB está se aproximando de um grupo que criticava há pouco tempo. Eu tenho processos contra Cássio Cunha Lima, Fernando Catão, Arthur Cunha Lima e Rômulo Gouveia e acho que essa aliança descaracteriza o PSB".
Finalmente, ele citou o episódio das atas e reafirmou as acusações que tinha feito á Justiça Eleitoral: "O partido falsificou a ata e queria que eu compactuasse com isso, que mentisse em juízo. Eu não concordei, mas o prefeito Ricardo Coutinho e Edvaldo Rosas mentiram para a Justiça Eleitoral para prejudicar Guilherme Almeida".
A ata à qual Edir se refere trazia uma proibição em relação aos deputados estaduais socialistas. Pelo documento, eles não poderia assumir cargos no Governo do Estado. Guilherme, convidado para a Secretaria de Interiorização, não pôde assumir o cargo e, descontente, resolveu acionar a Justiça para buscar o direito de deixar o partido por justa causa. O TRE, contudo, negou o pedido e disse não ter ficado constatada perseguição ao parlamentar.