O governador Ricardo Coutinho, o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) deputado Gervásio Maia e outros políticos estiveram no velório do jornalista e escritor Biu Ramos, que morreu nesse sábado (28), aos 79 anos, após complicações de uma pneumonia. O corpo foi velado na ALPB na manhã deste domingo (29) e sepultado no cemitério Parque das Acácias, no José Américo.
O chefe do Legislativo paraibano destacou a ética como sendo o principal legado do jornalista Biu Ramos. “Foi um grande jornalista, que teve o seu trabalho pautado na ética e na busca de uma sociedade mais justa. Esse último instante tinha de ser na Casa do Povo”, afirmou Gervásio, lembrando a proximidade que a família dele tinha com Biu Ramos, que chegou a escrever a biografia do ex-governador João Agripino, tio do presidente da Assembleia.
Ricardo Coutinho também destacou a postura firme do jornalista. “Biu Ramos foi um profissional com posições firmes, deixando verdades que serão um norte para as próximas gerações.”
Colegas de profissão e representantes de entidades de classe e da cena cultural paraibana prestaram as últimas homenagens a Biu Ramos.
O escritor William Costa, que também é genro de Biu Ramos, ressaltou o legado de uma amizade de mais de três décadas. “Além de sua forma de atuar, o que sempre me chamou a atenção era o texto, sempre enxuto, sempre direto, uma escrita que dava muitas lições em termos de clareza.”
O jornalista Nonato Guedes disse que a admiração por Biu Ramos começou quando ele ainda morava em Cajazeiras, no Sertão paraibano. “Biu era um profissional destemido, deixando um exemplo que a gente não vê mais. Viveu uma fase profícua e de engajamento.”
O presidente da Associação Paraibana de Imprensa (API) João Pinto afirmou que Biu Ramos deixa um legado de decência. “Conheci Biu na década de 90, tempo suficiente para perceber nele um profissional decente, um jornalista íntegro. É uma grande perda.”
Trajetória
Severino Ramos nasceu na cidade de Santa Rita, na Grande João Pessoa. Com vocação natural, começou no jornalismo com 17 anos. Além do padrão ético e engajado, Biu Ramos, como era conhecido, era admirado pelo texto impecável, preciso e claro.
Foi o primeiro correspondente do Jornal do Brasil em João Pessoa, em 1965. Entre as reportagens de destaque está a que auxiliou na elucidação do assassinato de João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas na década de 60.