Notícias de João Pessoa, paraíba, Brasil

JFPB condena onze pessoas por fraudes em licitações em Sousa

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Onze acusados da “Operação Carta Marcada” foram condenados pela Justiça Federal na Paraíba (JFPB) a cumprir penas que variam de 1 ano e 6 meses a 15 anos de detenção, reclusão e multa. Servidores e outros integrantes da quadrilha cometeram os crimes de fraudes à licitação (art. 90, da Lei 8.666/93), de responsabilidade (art. 1º, I, do Decreto Lei nº 201/67) e de associação criminosa (art. 288, CP), por apropriarem-se de verbas públicas transferidas pelo Fundo Nacional de Saúde à Prefeitura Municipal de Sousa.

A sentença, da 8ª Vara Federal de Sousa, publicada no Diário Oficial Eletrônico da Justiça Federal da 5ª Região desta sexta-feira (20), destacou que o grupo forjou três  procedimentos licitatórios, que permitiram o desvio de verbas públicas que se destinavam à construção dos postos de saúde nos Bairros Guanabara, Estação e no Várzea da Cruz.

Na primeira licitação analisada (Tomada de Preços n.º 008/2004), que visava construir dois Postos de Saúde, nos bairros da Estação e Guanabara, o juiz federal Diego Guimarães constatou que o procedimento foi forjado a fim de beneficiar a empresa Evidence, que se sagrou vencedora. “Ficou provado que houve um mero simulacro do certame, restando frustrado o seu caráter competitivo, por meio de atuação dos próprios membros da Comissão Permanente de Licitação.”, declarou.

Em uma outra licitação (Carta Convite n.º 069/2004), em que o município de Sousa objetivava construir um posto de saúde no bairro Estação, o magistrado reconheceu que o procedimento também foi fraudado, desta vez por ter sido direcionado desde o início para a empresa Construtora Santa Cecília Ltda, frustrando o caráter competitivo do certame. “Ficou comprovado que a Comissão não realizava as reuniões para abertura dos envelopes; que documento de regularidade de FGTS foi apresentado por uma das empresas concorrentes somente um ano após a licitação;  dentre outras irregularidades.”, apontou.

No entanto, o fato que chamou mais atenção no processo foi de que a quadrilha realizou essas duas licitações para a construção da mesma obra: o posto de saúde no bairro Estação. “Foi constatado, ainda, que foram pagos o montante de R$ 331.190,48 às empresas vencedoras dos certames fraudulentos, sem sequer a construção ter sido iniciada”, declarou o juiz federal.

Em uma terceira licitação, desta vez para construção de um posto de saúde no bairro Várzea da Cruz, a Prefeitura de Sousa deflagrou o certame através do Convite n.º 046/2003, que, conforme foi provado, nunca ocorreu, sendo direcionado desde seu início para a empresa M.P. Construções Ltda. Neste mesmo contrato, ficou comprovado o pagamento de 81,80% do valor da obra, quando apenas 25% havia sido executada, o que representa um desvio de dinheiro público no valor de R$ 101.065,13.

Foram condenados:

  • Andréa Queiroga Gadelha: 07 (sete) anos e 10 (dez) meses de reclusão.
  • José Braga Rocha Neto: 11 (onze) anos e 01 (um) mês de reclusão.
  • Márcia Queiroga Gadelha: 01 (um) ano e 06 (seis) meses de reclusão, 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de detenção e R$9.224,22, a título de multa.
  • Edjaneide Pereira da Silva: 01 (um) ano e 06 (seis) meses de reclusão, 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de detenção e R$9.343,09, a título de multa.
  • Zeneide Braga Ponce:  04 (quatro) anos e 01 (um) mês de detenção e R$9.343,09, a título de multa.
  • Ismênia Gadelha Pinto: 04 (quatro) anos e 01 (um) mês de detenção e R$9.343,09, a título de multa.
  • Maria dos Remédios Oliveira Estrela: 02 (dois) anos e 08 (oito) meses de detenção
  • Dalton Cesar Pereira de Oliveira: 04 (quatro) anos e 03 (três) meses de reclusão.
  • Bertrand Pires Gadelha: 11 (onze) anos e 03 (três) meses de reclusão.
  • Hermano da Nóbrega Lima: 15 (quinze) anos e 03 (três) meses de reclusão.
  • Djalma Leite Ferreira Filho: 06 (seis) anos e 06 (seis) meses de reclusão.

De acordo com a sentença, os condenados podem recorrer em liberdade.

Saiba mais:

 A Ação Penal é derivada da “Operação Carta Marcada”, na qual se investigou, em atuação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita Federal, suposto esquema montado para fraudar licitações e desviar dinheiro público mediante a utilização de empresas fantasmas, em, aproximadamente, 52 prefeituras paraibanas.

Tags

Leia tudo sobre o tema e siga

MAIS LIDAS

Após agressão, Ulisses Barbosa é internado e precisa de doação de sangue

Anteriores

neli santiago

Morre aos 92 anos Neli Santiago, da família fundadora das faculdades Facene e Famene

computador estudos FOTO Pixabay

Governo adia Concurso Unificado por causa de chuvas no Rio Grande do Sul

Operação Provérbios desarticula grupo envolvido em tortura e roubo no Sertão da PB

Operação Provérbios desarticula grupo envolvido em tortura e roubo no Sertão da PB

wallberviolencia

Deputado “paga” à esposa por “vale night”; entenda porque isso é violência

cachorro pitbull FOTO Pixabay

Policial é baleado após discussão com vizinho por causa de pitbull, em Bayeux

Aeroporto de Porto Alegre suspende voos por tempo indeterminado FOTO gilvan rocha agencia brasil

Aeroporto de Porto Alegre suspende voos por tempo indeterminado

fernando_sastre_filho-motorista porsche SP

Justiça manda prender motorista de Porsche que causou acidente em São Paulo

joaoelucas (1)

ODE 2024: João Azevêdo abre ciclo de audiências públicas em Cuité

gusfavo1

Candidato de 30 anos morre ao passar por exame físico do concurso da PM

pbtur1 (1)

Governo da Paraíba impulsiona o turismo com ações estratégicas de divulgação