Pela primeira vez desde que se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de agosto, o senador Veneziano Vital do Rego admitiu que pode ser candidato ao Governo da Paraíba. A declaração foi durante uma entrevista dada por ele ao BandNews Manaíra primeira edição desta terça. A motivação, segundo ele, vem da direção nacional e foi externada por Baleia Rossi, deputado e presidente nacional do MDB em recente reunião em Brasília. Mas, Lula também sondou Veneziano sobre o projeto de encabeçar uma candidatura de oposição na Paraíba.
A intenção do presidenciável petista era de ter um palanque forte, uma chapa competitiva na qual poderia inserir também Ricardo Coutinho como candidato ao Senado. Isso é em tese. Na prática, não se sabe se Veneziano de fato quer disputar o Governo. Caso queira, a resistência de parte do MDB paraibano não seria uma barreira intransponível. É como diz o provérbio árabe: quem quer, arruma um jeito. Quem não quer, encontra uma desculpa. E um dito popular paraibano ensina que quem tem mesa não come no chão. Ou seja, um presidente de partido tem poder suficiente para conduzir o processo eleitoral de forma a não se contrariar.
Mas, efetivamente, ninguém sabe se Veneziano topa esse desafio ou se faz um charme para barganhar mais espaço no Governo de João. Se ele tivesse definido o desejo de disputar o governo, já não teria feito como Ligia Feliciano? entregava os cargos no Governo e encerrava a novela de queixas de desatenção que tem feito em relação a João Azevedo.
Ao contrário, Veneziano espera um desfecho de outra pendenga, que é o apoio ou não de Romero Rodrigues ao Governo e à pretensão de reeleição do governador. Uma reunião do MDB está marcada depois de queixas de algumas lideranças, dentre elas o deputado Raniery Paulino, que deixou a oposição para apoiar João Azevedo e quer seguir com ele no pleito do ano que vem.
No início do ano, o partido começa a definir de que lado estará na eleição. Veneziano, eleitoralmente, não tem o que perder. Mesmo que não saia vitorioso da eleição ao Governo, continuará sendo senador. É uma condição confortável, mas nem tanto quanto a cadeira do Palácio da Redenção