O escritor, poeta e compositor alagoano Ronaldo Monte morreu na noite desta quarta-feira, 15 de agosto, aos 71 anos. Ele estava internado no Hospital Nossa Senhora das Neves, no bairro da Torre, mas a causa da morte não foi informada. O velório ocorrerá a partir das 8h desta quinta-feira, 16, na Funerária Morada da Paz que fica na Av. João Machado, 1214 – Jaguaribe, João Pessoa.
Monte era ainda professor de psicologia e psicanalista. Nasceu em Maceió, Alagoas, em 1947. Aos 11 anos, como dizia, “foi aprender a viver no Recife”. Desde 1978, morava em João Pessoa, tornando-se um paraibano “por opção e por tempo de serviço”.
A estreia na poesia se deu em 1983, com o livro Pelo Canto dos Olhos. Dezessete anos depois, publicou Tecelagem Noturna, volume que também inclui a coletânea de estréia. Entre e um e outro livro de poesia, deu a público livros de contos e crônicas. Em 2004, publicou também o livro World Trade Center, um poema longo escrito em parceria com o poeta e compositor paraibano Pedro Osmar. Este mês, junho de 2006, saiu novo título de ficção de Ronaldo Monte: o romance Memória do Fogo (Editora Objetiva).
Confira um dos poemas mais conhecidos de Ronaldo Monte
TECELAGEM NOTURNA
De tua vida por um fio
a morte tece seus panos.
Dia-a-dia, zig-zag,
cresce no chão o novelo
que a sinistra tecelã
virá de noite roubar.
Pé-ante-pé, plec-plec
(a morte usa chinelos),
leva teus fios vividos
pra de noite, tlec-tlec,
alimentar seu tear,
mesclando teu tempo inútil
com o enfado do teu trabalho
num só tecido inconsútil
do teu último agasalho.