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Três meses depois de terremoto, turcos vão às urnas em eleições

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A Turquia vai passar por uma eleição especialmente decisiva neste domingo (14): é o primeiro turno da votação para presidente, e o atual líder, Recep Tayyip Erdogan, o mais longevo da história da república no país, nunca correu tanto risco de perder o cargo.

Líder do conservador e religioso Partido da Justiça e Desenvolvimento, ou AKP, Erdogan chegou ao poder em 2003, inicialmente como primeiro-ministro. Em 2017, liderou a troca do regime político de parlamentarismo para o presidencialismo após sair vitorioso de uma tentativa de golpe de Estado, ocorrida em 2016. Desde então, venceu todas as eleições presidenciais.

Em 2023, entretanto, as pesquisas indicam uma eleição apertada —o líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu, tem uma leve vantagem no primeiro turno, mas provavelmente o resultado será decidido no segundo turno, em 28 de maio.

Ozgur Unluhisarcikli, diretor do escritório de Ancara do Fundo German Marshall, um centro de estudos dos Estados Unidos, afirma que pela primeira vez nos 20 anos desde que Erdogan chegou ao poder, ele está enfrentando um verdadeiro desafio eleitoral e pode realmente perder.

A corrida eleitoral, diz Unluhisarcikli, é sobre duas visões distintas de como seria o futuro da Turquia:

“Por um lado, há a visão do presidente Erdogan de um estado de segurança, uma sociedade na qual o poder é consolidado nas mãos do Executivo; por outro lado, há a visão, representada por Kilicdaroglu, de uma Turquia mais pluralista, na qual há uma clara divisão de poderes entre executivo, legislativo e judiciário”.

Mais de 64 milhões de pessoas, incluindo 3,2 milhões de cidadãos turcos expatriados, podem votar. Mais de 1,6 milhão de pessoas já votaram em cédulas no exterior ou em aeroportos. A participação eleitoral na Turquia é tradicionalmente alta.

Os eleitores também votarão para preencher os assentos no parlamento de 600 membros. A oposição precisaria de pelo menos uma maioria para poder decretar algumas das reformas democráticas que prometeu.

O oponente mais poderoso que Erdogan já teve

Kemal Kilicdaroglu, de 74 anos, o líder da oposição, é um político secular de centro-esquerda. Ele é do Partido Republicano do Povo, mas lidera uma aliança de seis partidos para tentar vencer o atual presidente.

A aliança política que concorre pela oposição inclui islâmicos e nacionalistas. Ele conseguiu também o apoio do partido curdo, que tem cerca de 10% dos votos.

Entre as promessas, está a de desmobilizar o sistema presidencial que Erdogan instalou ao parlamentarismo.

Por que Erdogan perdeu força

A economia da Turquia enfrenta problemas. A alta inflação – uma das mais altas no mundo, tendo passado de 80% em 2022 – tem corroído o poder de compra das famílias.

Além disso, o governo de Erdogan foi criticado pela reposta ao terremoto que atingiu o sul da Turquia e matou 50 mil pessoas no início de 2023. O governo foi acusado de ter liberado edifícios com projetos que não previam resistência a tremor de terra.

A campanha eleitoral atual é baseada em conquistas passadas, ele apresenta-se como o único político que pode reconstruir vidas após o terremoto de 6 de fevereiro no sul da Turquia, que destruiu cidades e matou mais de 50 mil pessoas.

Durante seus atos de campanha, Erdogan tentou retratar a oposição como conivente com “terroristas”, bem como com potências estrangeiras que desejam prejudicar a Turquia. Em uma tentativa de consolidar sua base conservadora, ele também acusou a oposição de apoiar os direitos LGBTQ e de serem bêbados.

Além disso, o presidente turco elevou gastos públicos antes das eleições e aumentou os valores do salário mínimo e das aposentadorias.

Política externa

As eleições na Turquia também prometem afetar a política externa do país — assunto que já está sob os holofotes há alguns meses.

Erdogan é um antigo aliado de Vladimir Putin, presidente da Rússia, e a forma como age (ou deixa de agir) perante a guerra na Ucrânia não tem agradado os colegas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), já que o grupo está do lado ucraniano.

Se Kilicdaroglu sair vitorioso, no entanto, este cenário pode mudar. Em mais de uma ocasião, o candidato afirmou ter interesse em fortalecer os laços do Estado turco com a Otan e, inclusive, acredita que o país deveria pleitear uma vaga na União Europeia.

Quanto à guerra russa na Ucrânia, Kilicdaroglu confirmou que, se eleito, sancionará a Rússia, algo que Erdogan pouco fez até agora. Isso isolaria Moscou ainda mais no cenário internacional e poderia ter desdobramentos importantes, segundo os especialistas.

 

 

 

Por g1

Foto: Pixabay/Ilustrativa

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