Temporal com deslizamentos deixa 35 mortos em Petrópolis, Rio de Janeiro

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A Prefeitura de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e o Corpo de Bombeiros informaram na manhã desta quarta-feira (16) que subiu para 35 o número de mortos após a tempestade da tarde de terça (15). O Corpo de Bombeiros ainda não tem ideia do número de desaparecidos.

O temporal causou inundações, enxurradas e deslizamentos. A Defesa Civil atua para consolidar o número de vítimas e regiões atendidas, pois há grande dificuldade de acesso em parte da cidade. A previsão é de mais chuva nos próximos dias.

Os bombeiros foram chamados para dezenas de atendimentos no município, e ao menos 180 militares estão no local. Foram seis horas de chuva. Há áreas em que o socorro ainda não conseguiu chegar, devido à situação caótica da cidade. A Defesa Civil Estadual também está trabalhando em apoio às vítimas.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram carros sendo arrastados pela correnteza e grandes deslizamentos. Na região do Morro da Oficina, onde ocorreram desmoronamentos, crianças foram retiradas sujas de lama de uma escola, parcialmente destruída.

A prefeitura decretou estado de calamidade pública. Até o meio da madrugada, haviam sido registradas 207 ocorrências, sendo 171 deslizamentos. Também ocorreram alagamentos e quedas de árvores. Os bairros mais atingidos são Centro, Quitandinha, Caxambu, Alto da Serra, Coronel Veiga, Duarte da Silveira, Floresta, Caxambu e Chácara Flora.

Até o momento, no Morro da Oficina, no Alto da Serra, a informação é que 80 casas foram afetadas. Em outras regiões, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Whashington Luiz e Coronel Veiga também há registros.

Moradores relatam que, após o temporal, encontraram um cenário de guerra nas ruas de Petrópolis, com muita lama, casas destruídas ou alagadas, ferro retorcido e carros amontoados e destruídos. Corpos foram retirados das ruas durante a madrugada desta quarta-feira (16), na região central, depois que o nível da água baixou.

Ainda não há certeza sobre o número de desaparecidos. Moradores procuram familiares nas ruas, hospitais e divulgam fotos nas redes sociais.

Durante a tarde houve um registro de acumulado pluviométrico de 258 milímetros, um valor acima da média esperada para todo o mês, que seria de 238,2 mm. Há previsão de chuva nos próximos três dias, com possibilidade de ser forte na quinta (17) e na sexta (18).

Segundo a Defesa Civil, há 184 pessoas acolhidas em pontos de apoio que funcionam em escolas da cidade. Os postos de saúde e hospitais estão lotados de pessoas feridas. O Hospital da Unimed suspendeu as cirurgias eletivas e o atendimento ao público, nesta quarta, para atender os pacientes transportados pelo Samu e Corpo de Bombeiros.

As aulas da rede municipal de ensino estão suspensas nesta quarta-feira. Serviços administrativos da prefeitura também não vão funcionar.

O governo informou que oito ambulâncias estão sendo enviadas para a cidade para atuar no socorro às vítimas. Dez aeronaves foram disponibilizadas para chegar à cidade na manhã desta quarta.

Já no município, o governador Cláudio Castro (PL) participou de uma reunião com secretários estaduais e com o comandante-geral dos Bombeiros. “Os maquinários das secretarias de Infraestrutura e Obras, das Cidades, do Ambiente e de Agricultura, além de equipamentos usados pela Cedae, estarão rumo ao município para ajudar na limpeza das ruas e vias atingidas pelas chuvas”, afirmou o governo fluminense em nota.

“Estou pessoalmente aqui e só sairei daqui depois que estivermos com o trabalho 100% organizado e pronto para atender melhor ainda a população”, disse Castro, em suas redes sociais.

O 26º BPM (Petrópolis) atua em apoio na operação na cidade em auxílio a órgãos municipais. A polícia desmentiu a informação de que ocorreram arrastões e tiroteios após o temporal.

O prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), afirmou que pôs toda a estrutura do município à disposição do prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, para auxiliar nas operações.

Nas redes sociais, Bomtempo disse que tinha acabado de chegar a Brasília quando ficou sabendo das chuvas e que por volta das 22h já estaria de volta a Petrópolis.

“Estamos passando por uma situação de extrema gravidade e direcionamos todos os esforços para garantir o socorro da população”, disse o prefeito.

Ele afirmou que ligou para empresas e empreiteiros pedindo máquinas, caminhões e pessoal para auxiliar na recuperação da cidade.

“Quero dizer para o nosso povo aguentar firme, que se Deus quiser essa chuva vai passar, a gente vai conseguir dar uma resposta”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), em visita à Rússia, afirmou em suas redes sociais que contatou os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Paulo Guedes (Economia) para auxiliar imediatamente as vítimas das fortes chuvas.

 

Com Folha de S. Paulo

 

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