Apesar dos protestos da comunidade acadêmica contra sua nomeação, o professor Valdiney Veloso tomou posse na noite desta quarta-feira (11) como novo reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Ao chegar para a cerimônia de posse, Valdiney e os convidados, dentre eles o deputado estadual Cabo Gilberto e o vereador Renato Martins, foram recebido sob protestos e gritos de “golpista”. A segurança da UFPB fez a escolta dos participantes da solenidade para evitar maior acirramento de ânimos. No vídeo abaixo pode-se ver a chegada do Cabo Gilberto. O reitor já estava no interior do prédio.
A solenidade foi remanejada para o auditório do Hospital Universitário Lauro Wanderley como forma de despistar os manifestantes que desde cedo permaneciam em frente ao prédio da reitoria.
Apesar da posse, ele enfrentará uma batalha judicial.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediu para o STF (Supremo Tribunal Federal) anular algumas nomeações de reitores feitas por Jair Bolsonaro (sem partido) em universidades federais. A ação quer que o presidente nomeie sempre o primeiro colocado das listas tríplices enviadas pelos institutos. Ele tem escolhido o terceiro colocado na maioria das vezes. Foi o caso da Paraíba, em que o professor Valdiney Veloso, com 5% dos votos e em terceiro na lista, foi o escolhido pelo presidente.
A OAB alega que as nomeações de Bolsonaro estão fora da escolha da comunidade acadêmica e representam violação ao princípio democrático. Segundo a entidade, tais decisões afetam também a pluralidade política e a autonomia universitária.
Em outubro, ao julgar uma outra ação sobre o assunto, Edson Fachin, ministro do STF, manifestou a mesma posição da OAB. Ele entende que o reitor escolhido deve ser o primeiro colocado nas listas tríplices.
Na semana passada, estudantes e funcionários UFPB (Universidade Federal da Paraíba) mostraram indignação nas redes sociais após o presidente Jair Bolsonaro indicar o candidato menos votado da lista tríplice para o cargo de reitor. Estudantes, docentes e funcionários realizaram um ato contra a posse de Valdiney Veloso Gouveia.
Desde o início do mandato, Bolsonaro já ignorou 15 primeiros colocados nas eleições para reitor, nomeando chapas que registraram menos votos.