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Sindicato dos Jornalistas, API e RTC condenam declarações de Roberto Calvacanti

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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba; a A Associação Paraibana de Imprensa e a Rede Tambaú de Comunicação criticaram as declarações do empresário Roberto Cavalcanti, dono do Sistema Correio de Comunicação, que defendeu que jornalistas deveriam ser apedrejados.

“A declaração além de chocante causa repulsa na categoria, que foi considerada como serviço essencial durante a pandemia e continua trabalhando em seus postos normalmente. Nem mesmo as funções com possibilidade de trabalho remoto foram liberadas para tal. Outro agravante é a falta de equipamentos de proteção individual como máscaras em diversos desses locais do Sistema Correio, onde os trabalhadores estão expostos e, com isso, já foram identificadas pelo menos cinco infecções pelo vírus”, diz em nota o Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba.

A API disse que a fala do empresário, “além de infeliz, contradiz toda história de bravos profissionais que passaram e ainda labutam no seu próprio sistema de Comunicação e também são vítimas da escalada crescente de intimidação e violência contra profissionais de imprensa”.

Em nota, a Rede Tambaú de Comunicação classificou as declarações de Roberto Cavalcanti como um ataque injusto e inconsequente. “Em momentos como este que estamos vivendo, esse ofício se torna ainda mais importante, sendo inclusive reconhecido como atividade essencial, diz trecho da nota.

A Associação da Mídia Digital (AMIDI) também reprovou o ataque do empresário Roberto Cavalcanti aos jornalistas, que considerou como uma “manifestação equivocada, intolerante e inoportuna”.

As declarações de Roberto Cavalcanti, que além de empresário é membro da Academia Paraibana de Letras, foram dadas ontem (14), quando ele usou um dos veículos de seu grupo, a Rádio 98 FM, para externar revolta diante da divulgação do quantitativo de mortes de pacientes vítimas do novo coronavírus. Ele disse que os jornalistas e radialistas que divulgam esses números como se fosse um gol numa partida de futebol deveriam ser apedrejados. Depois, pediu desculpas pela “exaltação” e disse que normalmente não agiria daquela maneira.

“Tem determinadas emissoras que dá o placar de quantos morreram no país naquele dia, dá que parece um gol da seleção do Brasil. Isso é um vergonha. Um jornalista ou radialista que fizesse um negócio desses deveria ser apedrejado na rua”, disse o ex-senador.

“Descarrego meu silêncio de 61 dias e peço desculpas se me exaltei. A minha forma de me conduzir normalmente é de agregar, é de parcimônia, mas tem momentos que você assiste ao assassinato de pessoas e empresas e não é possível que o Brasil não se revolte contra isso”, resumiu.

Confira íntegras das notas

Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba

Nota de repúdio

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba, filiado à FENAJ, vem a público repudiar as declarações do ex-senador e empresário do Sistema Correio, Roberto Cavalcanti, durante programa na Rádio 98 FM, que faz parte do conglomerado de comunicação. Em um momento no qual a imprensa brasileira vem sofrendo diversos ataques durante a cobertura da pandemia do coronavírus, agressões verbais e até mesmo físicas, o ex-senador afirma que jornalistas e radialistas que noticiam as mortes pela COVID-19 deveriam ser apedrejados na rua.

A declaração além de chocante causa repulsa na categoria, que foi considerada como serviço essencial durante a pandemia e continua trabalhando em seus postos normalmente. Nem mesmo as funções com possibilidade de trabalho remoto foram liberadas para tal. Outro agravante é a falta de equipamentos de proteção individual como máscaras em diversos desses locais do Sistema Correio, onde os trabalhadores estão expostos e, com isso, já foram identificadas pelo menos cinco infecções pelo vírus.

Agrega-se a essa situação que por si só já define o pensamento do Sr. Roberto Cavalcanti acerca dos trabalhadores que emprega o fato de ter extinguido, em plena pandemia, o jornal impresso Correio da Paraíba, deixando 38 jornalistas desempregados e sem perspectiva.

Porém, a atitude apesar de grave não surpreende, pois o Sistema Correio, do qual o Sr. Roberto Cavalcanti é empresário, há anos vem se negando a negociar reajustes para a categoria e, na primeira oportunidade de flexibilização de direitos, realizou uma demissão em massa mesmo em um momento no qual a proteção ao trabalhador deveria ser prioridade.

Repudiamos esse tipo de postura de qualquer pessoa, especialmente no que se refere a um empresário da área de comunicação. Tomaremos todas as medidas cabíveis para reparar a categoria em relação a essa declaração infeliz.

API

A Associação Paraibana de Imprensa foi surpreendida na tarde desta quinta-feira, 14, com a declaração mais que infeliz do empresário e ex-senador, Roberto Cavalcanti. Em comentário durante o programa Correio Debate, da rádio 98 FM, um dos veículos do Sistema Correio, conglomerado comandado pelo empresário, e ao questionar os dados do Covid-19 no Brasil, Roberto defendeu o apedrejamento de jornalistas e radialistas que noticiam as mortes causadas pelo Coronavírus.

O Brasil atravessa um dos momentos mais controversos para atuação da imprensa, já que o próprio presidente da República e outros políticos atacam rotineiramente os profissionais e a atividade de jornalismo. Portanto, não precisamos de mais ninguém a incentivar esses ataques, que já saíram do campo da agressão verbal e ganhou episódios de agressão física.

A fala do empresário além de infeliz, contradiz toda história de bravos profissionais que passaram e ainda labutam no seu próprio sistema de Comunicação e também são vítimas da escalada crescente de intimidação e violência contra profissionais de imprensa.

Rede Tambaú de Comunicação

Ontem, a Paraíba foi surpreendida com um injusto e inconsequente ataque proferido por um empresário da comunicação contra os jornalistas.

Diariamente, profissionais de comunicação de todo o mundo, dedicam suas vidas no cumprimento da missão de apurar, investigar, informar e, dessa forma, contribuir para que os cidadãos possam formar sua própria opinião.

Em momentos como este que estamos vivendo, esse ofício se torna ainda mais importante, sendo inclusive reconhecido como atividade essencial.

O jornalismo nunca se calou diante de fatos importantes. A história mostra isso. O profissional que está até na guerra, que permaneceu firme na ditadura e que ajuda, todos os dias, a construir uma nação mais justa para os brasileiros, denunciando casos de corrupção e mau uso do patrimônio público, que é do povo.

Nada, absolutamente nada, justifica o incentivo à violência. Que os aplausos substituam as pedras. Os profissionais de comunicação merecem.

A Rede Tambaú de Comunicação repudia qualquer incentivo à violência e defende o respeito aos jornalistas, a todos profissionais da área e ao jornalismo profissional. Estamos vivendo um dos momentos mais dramáticos da história da humanidade e sabemos o quanto que a informação qualificada pode salvar vidas.

AMIDI

A Associação da Mídia Digital – AMIDI – expressa profunda reprovação contra a manifestação equivocada, intolerante e inoportuna do empresário Roberto Cavalcanti, durante participação em programa de rádio pertencente ao seu grupo em João Pessoa.

Ao criticar a cobertura jornalística de “determinadas emissoras”, em que supostamente se comemora mortes como gols, Cavalcanti não cita nomes e se vale de generalização vazia para lançar uma lamentável expressão de incitação à violência contra jornalistas que informam a Paraíba e o Brasil sobre números e dados oficiais.

Não consta nenhum exemplo de algum jornalista profissional que tenha festejado as tristes estatísticas de vidas perdidas, nem muito menos aplaudido as consequências econômicas amargadas por todas as camadas do mercado, incluindo a comunicação, com demissão e erradicação de postos de trabalho, como ironicamente vivem na pele profissionais do próprio Jornal Correio da Paraíba, fechado recentemente.

De um líder de um grupo de comunicação e testemunha ocular das agruras, pressões, incompreensões e dores diárias vividas por jornalistas para o cumprimento do exercício profissional, espera-se o reconhecimento da infelicidade da abordagem e da constrangedora injustiça com aqueles que ao seu lado trabalham para construir audiência, credibilidade, faturamentos, empregos e lucros.

As únicas pedras que devem ser erguidas nesse momento tão grave que atravessamos são as que solidificam a informação e os meios profissionais de comunicação como alicerce inabalável de uma sociedade esclarecida, democrática, humana e civilizada. O contrário desses valores é pecado que não lavaremos as mãos.

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