A vereadora Sandra Marrocos (PSB) presidiu na tarde dessa quarta-feira (13), no plenário da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), a sessão especial alusiva ao "Dia Estadual das Religiões de Matriz Africana", proposta pelo vereador Zezinho Botafogo (PSB), que contou com a presença de diversas lideranças religiosas de diferentes bairros da Capital. Na sessão, Sandra Marrocos reiterou a necessidade da defesa do estado laico e o combate à intolerância religiosa.
O vereador Jorge Camilo (PT) coordenou a mesa dos trabalhos, que também contou com a presença de representantes de diferentes entidades, a exemplo de Mãe Renilda, da Federação Independente de Cultos Afro-brasileiros do Estado da Paraíba (Ficab-PB); Pai Beto, da Umcanju – Jurema Sagrada; Mãe Tuca, da Casa de Cultura; Mãe Lúcia, das comunidades de terreiros de matrizes africanas; Mãe Gisele, da Cenarab; Pai Beto Monteiro, presidente nacional do Centro de Tradições Afro-Brasileiro (Cetrab); Jorge Garcia, representando Fábio Lima, do Ministério da Cultura – Regional Nordeste, e Pablo Honorato, chefe da Divisão de
Cultura Popular da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope).
Na ocasião, foi abordada a temática acerca das injustiças e discriminações feitas aos ancestrais, que foram também na história escravizados no país. Assim como a importância de reforçar e intensificar a formação sócio-cultural nas comunidades tradicionais de terreiros com acessibilidade no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, buscando apoio de diversos segmentos da sociedade, garantindo o respeito e contemplação nas políticas públicas, contribuindo para a qualidade de vida das comunidades de terreiros.
Na justificativa da sessão, foi destacado que a Casa Napoleão Laureano tem papel fundamental nessa construção, não se omitindo da responsabilidade e do compromisso social e religioso com as expressões Afro-Brasileiras, contribuindo para a respeitabilidade e convivência harmoniosa entre as religiões.
São consideradas afro-brasileiras todas as religiões que tiveram origem nas religiões tradicionais africanas, que foram trazidas para o Brasil pelos negros africanos, na condição de escravos; ou religiões que absorveram ou adotaram costumes e rituais africanos: Babaçuê (Pará); Batuque (Rio Grande do Sul); Cabula (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina); Candomblé (em todos os estados do Brasil; Culto aos Egungun (Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo); Culto de Ifá (Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo); Encantaria (Piauí, Maranhão); Omoloko (Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo); Quimbanda (Rio de Janeiro e São Paulo); Tambor-de-Mina (Maranhão); Terecô (Maranhão); Umbanda (em todos os estados do Brasil); Xambá (Alagoas e Pernambuco); e Xangô do Nordeste (Pernambuco).
As religiões afro-brasileiras, na maioria, são relacionadas com a religião yorubá e outras religiões tradicionais africanas, é uma parte das religiões afro-americanas e diferentes das religiões afro-cubanas, como a Santeria de Cuba e o Vodou do Haiti, pouco conhecidas no Brasil.