Em greve há uma semana, os técnicos, analista e auxiliares do Poder Judiciário da Paraíba realizaram um ato público na manhã de hoje. Em frente ao Tribunal de Justiça da Paraíba, eles protestaram contra a falta de diálogo por parte da presidência da casa.
Para realizar a manifestação, as entidades representativas da categoria ASTAJ-PB (Associação dos Técnicos, Analistas e Auxiliares do Poder Judiciário da Paraíba) e ASSTJE-PB (Associação dos Servidores da Secretária do Tribunal de Justiça da Paraíba), convocaram os 2600 servidores de todo o estado, entre os de Cartórios Judiciais e da Secretaria do Tribunal de Justiça.
Diversas Comarcas do interior atenderam ao chamado e em caravanas, vieram até a capital para participar de uma caminhada ao redor da sede do tribunal, e da Praça dos Três Poderes.
Celso Batista, presidente da ASTAJ, explica que “a caminhada foi programada com o intuito de dizer mais uma vez ao Tribunal de Justiça que os servidores do judiciário estão unidos na luta e fortalecidos pela sua valorização e respeito. Nós não conseguimos entender a postura do TJ em não nos atender, pois o mínimo que se espera de um órgão administrativo é que ele nos apresente uma contraproposta”.
Com faixas, cartazes, apitos e camisas representativas do movimento, os servidores saíram pelas ruas, acompanhados de dois trios elétricos. A STTrans deu cobertura ao evento e interditou o trânsito no local. Durante o percurso os representantes do comando de greve explicaram a população os motivos da paralisação. A caminhada foi encerrada em frente ao Tribunal, onde foi realizado um abraço simbólico a sede da justiça paraibana.
“Nós mensuramos o quantitativo de 15 comarcas de todo estado da Paraíba participaram dessa marcha muito importante que contou com a participação de aproximadamente 500 pessoas”, afirma Celso.
Além dos servidores, a caminhada contou com o a presença de outras entidades, a exemplo da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e da CUT (Central Única dos Trabalhadores). “A reivindicação dos servidores do judiciário é justa e o presidente do tribunal tem que abrir a negociação, pois vivemos num país democrático, e é inadmissível que aqui na Paraíba o tribunal feche a negociação e não queira atender a reivindicação dos trabalhadores. Então a CUT vai apoiar até o final desse impasse”, explica Gilberto Paulino, Secretário de Relação de trabalho da CUT.
“Queremos dizer a toda a sociedade e a todos os servidores que continuamos firmes na luta, porque temos convicção que nossas reivindicações são justas, pois os servidores há quatro anos não faziam greve. Então agora a categoria resolveu fazer esse movimento por conta do silêncio do Tribunal de Justiça em não atender as nossas reivindicações”, finaliza o presidente da ASTAJ.
Greve – A decisão de parar as atividades por tempo indeterminado foi tomada no dia 26 do mês passado, quando a categoria realizou uma assembléia e um dia de paralisação de advertência. A greve foi iniciada no dia 7 deste mês, com adesão de 90% dos servidores.
Entre as principais reivindicações da categoria estão a reposição salarial de 15% referente às perdas salariais entre o período de 2007 a início de 2010, um aumento de 33,32% por causa da expansão na jornada de trabalho e um novo plano de cargo, carreira e remuneração.
Na Paraíba existem 213 varas (cartórios) distribuídas em 78 comarcas. A estimativa é de que, em média, cerca de 800 audiências por dia vão deixar de ocorrer no estado.
Com a paralisação mais de 390 mil processos ativos em todo o estado da Paraíba, entre os penais, cíveis e de juizados especiais, deixam de ser movimentados. Em grande parte das comarcas a distribuição de novas ações está suspensa.