O secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, comentou hoje um episódio ocorrido ontem quando uma vítima de acidente na avenida Pedro II esperou mais de duas horas pelo atendimento do Samu. O titular da Saúde Municipal, Adalberto Fulgêncio, atribuiu a demora à retenção de macas no Hospital de Emergência e Trauma do Estado, tese que foi parcialmente confirmada pelo médico e secretário estadual.
“No fim de semana tivemos sobrecarga e mais de 500 atendimentos, dentre os quais mais de 100 vítimas graves e isso gerou a retenção de macas. Precisamos explicar que os pacientes não estáveis são atendidos pelas equipes e demora até que eles estejas estabilizados. Precisamos ter em mente que a prefeitura de João Pessoa tem apenas 14 ambulâncias para atender a cidade toda e acredito que seria importante rever essa quantidade para quase um milhão de habitantes”, disse ele.
Geraldo Medeiros declarou que o Hospital de Trauma enfrenta uma grave realidade da saúde pública que é o atendimento às vítimas de acidentes de motocicletas: “O acidente de moto é um grave problema de saúde pública que enfrentamos. Essa retenção de macas ocorre nos grandes hospitais com pacientes instáveis, politraumatizados porque nossa prioridade é salvar os pacientes. Só depois de estabilizados, eles são retirados das macas”.
Adalberto Fulgêncio, contudo, contestou a informação: “João Pessoa tem 850 mil habitantes. Isso quer dizer que temos direito a 15 ambulâncias, sendo 11 básicas e 4 avançadas. O que aconteceu ontem foi um colapso do sistema de inteira responsabilidade do Hospital de Emergência e Trauma. Quem tem que fazer um plano de contingência para o fim de semana não somos nós, mas o Hospital de Trauma. Eu não posso ter macas reserva porque elas são customizadas”.
As entrevistas foram concedidas ao programa Rede Verdade da Arapuan FM.