Com o período de férias e muitas crianças em casa, os pais e responsáveis devem redobrar a atenção. É justamente nessa época que os acidentes domésticos aumentam. De acordo com dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de João Pessoa (Samu), de janeiro a junho deste ano foram registrados 997 chamados de ocorrências listadas como acidentes domésticos. A queda é a mais frequente, com 646 chamadas registradas.
“O importante é ficarmos alerta porque 90% desses acidentes podem ser evitados, tanto quando envolvem crianças, mas também com adultos ou idosos”, explicou a médica e coordenadora do Samu, Erika Rivenna. “Nos períodos de férias escolares, principalmente nos meses de junho a agosto e de dezembro a fevereiro, há um aumento no número de chamados de acidentes domésticos com crianças e idosos”, completou.
De acordo com a médica, é comum o atendimento por intoxicação exógena, quando o indivíduo é exposto a substâncias químicas (agrotóxicos), faz uso ou ingere indevidamente medicamentos, produtos de uso doméstico, cosméticos e de higiene. Há também os casos com queimaduras, quedas, engasgos e automedicação.
Os cuidados são direcionados também às queimaduras, com a presença de crianças próximo ao fogão, e com instrumentos como ferramentas e facas. “Já registramos chamados de acidentes com arma de fogo e com armas brancas envolvendo crianças. Por isso, reforçamos que haja esse olhar de atenção e prudência, um descuido pode trazer grandes prejuízos à família”, alertou a médica.
Segundo dados do Ministério da Saúde, as lesões não intencionais, a exemplo de quedas, queimaduras, obstruções de vias aéreas, etc, são responsáveis por cerca de 5 mil mortes por ano e consideradas a principal causa de óbito entre crianças e adolescentes de até 14 anos. Ao todo, mais de cinco mil crianças morrem e cerca de 110 mil são hospitalizadas anualmente.
Serviços
Para atendimento em casos de queimaduras e quedas com pancadas na cabeça (traumatismo crânio encefálico), os usuários devem ser socorridos pelo Samu ou ir de imediato para o Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena.
Já os demais atendimentos de urgência e emergência, os usuários podem procurar, além dos hospitais, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) para receber os primeiros socorros e encaminhamentos necessários.
Confira algumas dicas de como evitar incidentes dentro de casa
Asfixia
Não deixar pequenos objetos no chão que possa ser levado a boca da criança. É importante manter a organização no quarto de brinquedos e tomar cuidado com fios e cordas.
Queimaduras
Deve-se evitar cabo de panela voltado para fora do fogão e preferencialmente utilizar as bocas de traz do eletrodoméstico. Evitar também brincadeiras com álcool e o uso de fogos de artifício.
Choques
Para evitar acidentes elétricos com crianças, utilize protetores de tomadas giratórias.
Afogamentos
Para bebês e crianças pequenas, baldes, banheiras e até vasos sanitários podem oferecer riscos. É primordial ainda cercar piscinas ou mantê-las cobertas.
Quedas
Não deixar cadeiras, camas e bancos perto de janelas e providenciar antiderrapantes nos tapetes para evitar escorregões.
Intoxicação
É importante que esses itens tenham os rótulos preservados em suas embalagens originais e sejam colocados em prateleiras altas, de forma que uma criança não alcance. Em casos de ingestão de medicamentos, inseticidas, álcool, detergentes e outras substâncias tóxicas, a primeira providência é levar a criança para uma emergência hospitalar.
Objetos afiados
Mantenha os objetos cortantes em uma altura segura para que a criança não tenha acesso.
Arma de fogo
Quando se tem arma de fogo em casa, o cuidado deve ser redobrado. A solução mais apropriada, neste caso, é guardá-la em local com chaves. No caso de crianças, que em regra são curiosas, não mencionar a existência de uma arma em casa.
Foto: Agência Brasil