Os prejuízos provocados pela falta de ônibus em João Pessoa foram denunciados pelos moradores do Mussumagro, durante reunião com o deputado federal Ruy Carneiro. “Pessoas estão perdendo emprego, ficando sem aulas e sem acesso aos hospitais”, revelou o parlamentar. O encontro aconteceu na sede da Associação de Moradores do bairro, onde a população relatou que se sente esquecida e ignorada pela atual gestão municipal.
Ruy se colocou à disposição da comunidade na luta por melhorias. “Infelizmente, esse é o cenário de praticamente todos os bairros localizados na periferia de João Pessoa. Jogaram os ônibus velhos para circular nas poucas linhas que ainda existem. Tá na hora de acabar com esse esquemão. Não podemos admitir tantos benefícios para as empresas e a população sofrendo dessa maneira. Continuarei cobrando, denunciando e fazendo tudo que estiver ao meu alcance para mudar essa realidade”, destacou.
Entre as principais reclamações estão a extinção de linhas e veículos sucateados, como relatou Lúcia Helena. “A retirada da linha 7118 prejudicou muita gente. Era um trajeto essencial, principalmente pra quem tem criança, como eu. Atualmente não temos como levar os meninos na escola, porque o ônibus não passa mais por lá. Quando estão doentes, só consegue levar no hospital infantil quem tem dinheiro pra ir de transporte por aplicativo. Os ônibus que ainda circulam por aqui estão em péssimas condições. Quando desce aquela ladeira do Cuiá dá medo até de capotar. É tudo quebrado, se soltando, batendo, na subida não tem força”, criticou.
Algumas pessoas relataram que estão perdendo até emprego e oportunidades de trabalho, como é o caso de Alciene de Souza. “Trabalho como folguista em pizzarias, mas pra chegar na orla é preciso pegar quatro ônibus. Isso sem contar as horas de espera e os custos. A integração temporal não serve pra ninguém. Além de só funcionar pra quem tem o cartão da passagem, quando os ônibus aparecem, já passou o tempo de integrar. Na volta pra casa é ainda pior. Ou tem que pagar um motoboy pra trazer ou corremos o risco de esperar até amanhecer”, denunciou.
Durante o encontro, ainda foram apresentados diversos problemas de infraestrutura, saúde, falta de saneamento básico, falta de iluminação, ausência de escolas e de equipamentos de lazer.
