Foi confirmada durante a convenção do PSB de João Pessoa a candidatura do ex-governador Ricardo Coutinho para a prefeitura da capital paraibana. Em seu discurso, o socialista, que se manteve em silêncio sobre a disputa e só revelou seus planos no momento do evento, disse que a decisão de concorrer foi a mais difícil de sua vida. “Não foi por medo. Eu tenho patrimônio moral, mas a aliança do ódio se uniu com a traição de quem não tem vergonha na cara e a setores de um órgão que teria que zelar pelos direitos fundamentais de todos. Fizeram isso porque sabiam que no voto não vão nos derrotar. É um orgulho para mim passar pelo que passei. Depois eu vou nominar os hipócritas para desespero deles. Não encontrarão um xampu que adquiri ilicitamente. Isso eles encontram nos parceiros dele e acharam que encontrariam em mim. Nestes meses, tentei de tudo para consagrar uma frente para derrotar a extrema direita nessa cidade, chegando ao cúmulo de cogitar um apoio a uma candidata insôssa de um governo insôsso como é o de Cartaxo”.
Sem conseguir costurar a frente de esquerda ou mesmo a aliança com o PT, rejeitada pela direção municipal do partido ontem, Ricardo decidiu concorrer mesmo assim.
Durante a convenção, Ricardo fez várias menções indiretas aos adversários e chegou a dizer: “Não é possível que aquele esqueleto que nós derrotamos em 2004, aquele povo que urinou a sede da prefeitura na nossa chegada, vá ressuscitar porque as elites se uniram. Eu não podia dormir com esse sentimento”.
Ele acrescentou que a variedade de concorrentes também lhe estimulou a concorrer: “Olhei aquele paredão de candidatos. Gente pronta para fazer negócios e só negócios, aquela reunião de velhos casacudos dizendo que estão unidos por João Pessoa. Eu passei o dia angustiado e vi que eu teria que fazer esse gesto por essa cidade”.
Em relação à ação do Gaeco na fazenda de Coriolano Coutinho na madrugada de ontem teria sido uma tentativa de intimidá-lo: “Eu não me intimido. Luto pela Justiça e pela Lei. Foi uma provocação a mim, apesar de não ser meu o espaço. Se quiseram me intimidar, vão me ter como candidato a prefeito. Não podemos ter partidos paralelos nas instituições públicas. Alguém que tem uma carreira de estado pode expressar sua preferência política nas urnas, mas não deve fazer isso interferindo nas escolhas das pessoas. Dou 10 bois para não entrar numa briga e uma boiada para não sair quando tenho razão”.